sexta-feira, 28 de outubro de 2011

17. PARA ONDE VOAM OS PÁSSAROS



Batem as asas a minha frente
E se perdem na imensidão
Como quem a provocar-me
Por minha solidão...

Batem as asas e vão para longe,
Sem deixar rastros.
Nem o vento sopra perto
Para onde seguem em revoada...

Essa tal liberdade
Aos alados pertence
De voar para bem longe
Mesmo em meio a tanta gente...

Quando o próximo
Não se aproxima
E o longe fica bem perto,
As asas batem firmes
E dispara a passarada...

Para onde voam os pássaros,
Que tem asas para voar
Ao bater em disparada
Quando a solidão apertar?

E a tardinha, ao baixar o sol
Voltam sorrateiros
A aninhar-se nas arvores
Para no outro dia,
Recomeçar...

Vão em busca de aventuras,
De descobertas,
E atrevimentos...

Se ao homem pertencessem as asas
E no céu pudessem voar
Voariam bem mais alto
Do que os olhos possam alcançar...

Mas as asas não lhes pertencem,
Somente o dom de sonhar...
Por isso voam em pensamentos,
Mesmo não saindo do lugar...

Somente nos sentido amados,
Descobrimos que no vento desta vida
Mesmo sem asas, podemos voar...

Esses vôos são rasantes
Planando no ar
Ou profundos e instigantes
Quando nos propomos a amar..


Albertina Chraim

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