segunda-feira, 20 de outubro de 2014

272. QUANDO FECHA-SE O CICLO



Há uma lacuna no espaço,
Que me deixa intrigada...
Ë como se um oco,
Preenchesse o vão que há
Entre o real e o imaginário...
Há no espaço uma lacuna,
Que me deixa intrigada...
Ë como se um vão
Preenchesse o oco
Que há entre o que me é imaginário
E o que me é real...
E aquilo que preenchia o ontem
Parece-me ter se findado...
Enfim, fica a dúvida
Se existiu,
Ou foi sonhado.
E aquilo que havia existido
Acabou-se em sonho, no final.
Então, acordamos no outro dia,
Com uma nova missão...
Dar continuidade a nossas vidas
Sem saber aonde termina o real
E aonde começa a ilusão...
E quando o real se esvaia
Não mais podendo ser tocado
Resta-nos apenas a essência
Daquilo que acreditávamos ser imortal.
Albertina Chraim

sábado, 23 de agosto de 2014

271. ENTRE MÃE E FILHA


Mãe, O que é vida?

- Não sei filha!
O que você pensa que é a vida?

- Não sei mãe!
Pensei que você pudesse me dizer, 
Você sempre sabe tudo!

- Filha, acho que a vida é um Ser vivo,
Desses cheio de experiências!
Desse que nos ensina todas as coisas de nossa existência.
Tudo aquilo que precisamos aprender e de certa forma vivenciar.

- Como assim, cheio de experiências?

- Quando pensamos que sabemos tudo,
Vem a vida, e nos faz não entender nada.
Quando achamos que não entendemos nada, 
Vem a vida e nos faz saber de tudo.

- Interessante!

Mas filha, por que estas pensando nisso agora?

- E que estou olhando este berço
E parece que eu sempre tive ele,
É como se eu já soubesse o que é ser mãe…
Mesmo que eu nunca tinha sido...

- Filha isso não se chama vida!

- Não mãe?

- Não Filha!
Isso se chama maternidade!

E mãe e filha num abraço emocionado,
Olham o berço que embala uma nova vida.

Albertina Chraim

270 - RECORDANDO OS TEMPOS


Se pudessem voltar-me
Para dizer-me como estão...

Talvez desvendassem o mistério 
Que ha nesta imensidão... 

Quem sabe assim nos diriam,
Apenas como é lá...

Falar-nos-iam um pouco
Deste espaço pós vida...

Que usurpa-nos os braços
Não nos permitindo mais abraçar...

E no ontem que esteve aqui, 
Parece ter sido tudo mentira...

Um sonho!
Uma lenda!

E no hoje que nos é real
Deixa-nos o rastro da incerteza...

Será que tudo que existiu, foi real?
Ou foi apenas ilusão
E o que restou foi material?

E as brincadeiras que pensamos ter brincado,
As falas que acreditamos ter ouvido,
Os olhares que trocávamos,
Foram como se nunca, 
Jamais tivéssemos vivido...

E hoje ao olhar os retratos
Que congelados parecem fitar-me...

Passam-me uma paz tão grande,
Como se viessem me visitar...

Dizendo que estão felizes
Neste novo plano...

Mesmo que não estivem em seus planos
Tão cedo nos deixar...

È fácil degustar o sabor da perda,
Pois o que mais dói nessa historia 
E a dor da ausência...

É um vazio que não tem como ocupar
Nesse espaço oco do universo..

E assim que defino
Quando perdemos o que temos por perto...

Resta-nos a olhar os pertences
Cobertos de seus mistérios...

Se pudessem-me voltar
Para apenas contar-me
O que há por lá...

Talvez preenchessem o vazio
Que há nesta multidão..

Quem sabe, apenas uma vez bastasse, 
Um olhar!
Um ultimo sorriso!

Mas, no agora,
O que nos resta são apenas os retratos
Que parecem em movimento
A nos sorrir,
A nos confortar.
Relembrando os momentos
Que ficaram congelados no tempo.

Albertina Chraim


269. O AGORA

ESPERA

Amanheceu!
Olhei a janela,
Mirei o ontem em minhas pegadas,
O hoje a me instigar,
E o amanha a minha espera...

Olhe assim meio que sem destino
Duvidando se o ontem existiu
Mas veio o agora e me joga na cara
Quem duvida de mim,
Não me sentiu!

Então me preparo
Para quando o amanha chegar
Quero estar bela e cheirosa
Para dele me enamorar...

Só posso sonhar o amanha
Se saboreio o sentido do agora
Pois somente temos a certeza do ontem
Quando guardamos sua fragrância na memória.


Albertina Chraim

quinta-feira, 19 de junho de 2014

268. HA COISAS


Há coisas que o silêncio nos diz,
Há coisas em que a fala nos cala...
Há coisas que a distância nos aproxima...
Há coisas em que o perto nos afasta...
Há coisas que o medo que nos encoraja...
Há coisas em que a coragem nos abala...
Há coisas que a certeza nos confunde...
Há coisas em que a dúvida nos distingue...
Há coisas que a zanga nos acalma..
Há coisas em que a passividade nos abala...
Albertina Chraim

domingo, 15 de junho de 2014

267. GENTILEZAS

Hoje ao iniciar o dia
Encontrei dona Maria...

E por não saber o que de mim queria
Dei-lhe apenas um simples bom dia...

Foi assim meio que sem jeito,,
Daqueles que não sai livre do peito...

Pois me parecia um dia frio
Gelado como a corredeira do rio...

Mas, dona Maria a ouvir minha voz
Não percebeu de mim a dureza...

Olhou-me em meus olhos
E agradeceu minha gentileza...

Então me voltei para aquela senhora.
E envergonhada por minha falta de jeito...
Dei-lhe uma aperto de mão 
Daqueles que aquece o peito...

Ela desejou-me sorte
E que Deus sempre me acompanhe...

Seguimos as duas,
Cada uma para seu lado...

Rumando nossos destinos
Com os corações acariciados

Senti então naquele momento
O valor de um Bom dia!

Albertina Chraim

266. HOJE


Especialmente hoje,
Encontrei-me com poetas...

Olhei em suas voltas
Cada um proprietário de suas poesias...

Umas falavam de Deus,
E outras revelavam nas entrelinhas,
Tantas fantasias...

As que falavam de Deus,
Veneravam o divino...

Mas, quem buscou a fantasia...
Perdeu-se no caminho...

Hoje,
Uma criança definia-me o amor,
Falando-me em boca pequena
...O amor é quando a gente bota as necessidades do outro acima das da gente...

Eu hoje,
Também vi poesias
Sepultadas em folhas,
Jogadas no relento...

Aqueles versos soprados,
Giravam na calçada
Como hélices de um cata vento...

De cada linha que se arrastava,
Caiam delas as palavras,
Que um dia se firmaram em estrofes...

E no tempo úmido e frio,
Impiedoso naqueles versos
Nem o vento os sucumbiu...

E as palavras que rolavam com o tempo,
Esparramavam-se por sobre a grama
Os traços do autor...

Que solitário,
Descuidou-se um dia,
De seus versos...

Então, nesse dia,
Mesmo em meio à ventania
Respirei a poesia...

Contrariando a força do vento,
Ouvindo dos poetas os lamentos,
Ou catando na voz pequena de uma criança
Ou juntando na grama verde
Aqueles versos.

E nesse dia,
Lá estava eu embebida.
Em poesias.

Albertina Chraim


265. SOBREVIVENCIA DO AMOR


O amor só existe
Se for construído,
Mesmo que muitas vezes
No outro dia tenha se destruído...

O amor é algo incoerente
Não tem forma, não tem corpo
Mas, como matéria,
Corre o risco de um dia amanhecer morto...

O amor não tem coluna
Não tem carne, não tem osso...
Mas quando fere a alma
Sentimos dores das pernas ao pescoço...

O amor é inconsistente
Não suporta muita dor,
Despressurizado
Desintegra-se no ar
Como se fosse voador...

Ele é algo assim,
Mesmo sem explicação
Ë capaz de nos revirar do avesso
Provocando confusões...

E preciso abandonar-se
Entregar-se ao Outro,
Desenvolver a escuta,
A tolerância e fazer doações...

Para o amor existir
É preciso ser construído...

Quem busca um amor pronto,
Corre o risco nunca o ter sentido...

Albertina Chraim




domingo, 1 de junho de 2014

264. QUERO-ME DE VOLTA


Devolva-me meus sonhos
Pra que com eles, eu volte a voar... 

Quero de volta minhas asas,
Para com elas, voltar a sonhar...

Quero minhas janelas abertas,
Para que eu volte a idealizar...

Quero minhas portas sem trancas,
Para que eu possa decidir, quando quero ir,
Ou quando resolvo ficar...

Não quero olhos para seguir-me,
Quero apenas para me guiar...

Não quero que me sufoque
Quero apenas um simples coração,
Para que eu queira voltar...

Quero a cada segundo,
A certeza de me reencontrar...

Quero-me de volta,
Como quem nunca,
Jamais, tenha conhecido outro lugar...

E em cada volta de mim,
Abraçar-me-ei comigo mesma...

Como se fosse um encontro,
Desses despretensiosos
Embalados de inocência.

Quero-me de volta!

sábado, 17 de maio de 2014

263. ENVELHECER




É saber desfrutar das marcas do tempo,
Desapegando-se da vaidade humana...

É esquecer a beleza da carne,
Para assumir a experiências da alma...

É não ter medo de partir,
Nem temer o desconhecido...

É procurar os óculos na própria face,
Ou trocar os chinelos,
Confundindo entes queridos,
Como se deles necessitássemos apenas do afeto...

Envelhecer seja talvez, ver fogo aonde há água,
E no meio da água, encontrar-se com o próprio fogo...

É olhar para trás com a mesma inocência de quando criança,
É  resgatar o tempo, como se a vida fosse uma mentira,
E o que resta de verdade é apenas a esperança...

È não ter pressa para a vida,
Pois a urgência, é que mata o homem,
Como se o tempo fosse sua própria partida...

Envelhecer então é isso,
É não ter mais respostas para tudo,
Nem opiniões tão formadas...

É olhar a algazarra dos netos
E ver iniciar-se mais uma longa jornada...

Envelhecer é a certeza do nada,
É  trocar as noites, talvez pelos dias
Como se fosse cada segundo
O inicio de mais uma jornada...

Envelhecer é não ter sido abortado em vida,
É fiar o tempo,
Com as linhas da própria face,
Tramando uma colcha de retalhos,
Tecendo os fiapos de vida.

Albertina Chraim

terça-feira, 13 de maio de 2014

262. TÚNEL DO TEMPO


Encontro-me com o tempo,
Em questão de segundos,
Ao mirar-me feito espelho
Caminhante pelo mundo...

E nas linhas de tantas cidades
Entre o antigo e a modernidade...

No clarão do dia,
A meia luz,
Ou no olhar noturno...

Cada chão em que piso
Encontro-me com o inusitado...

Rebobinando-me em horas
Enroladas no passado...

E de minhas janelas,
Olhando-me para dentro...

Observo-me na platéia
Como nas grades de um detento...

Os tantos momentos do avesso
Passando por  essa tela...

Alguns sorrisos disfarçados,
Outros tantos escancarados...

E assim, por alguns segundos
Retorno ao túnel do tempo...

Revivendo o que senti,
E o que havia sublimado...

É tudo tão engraçado,
Parece-me não ser eu...

E entre o tempo e o espaço,
O aqui e o agora,
A verdade e a mentira,
A ligeireza e a demora,
Há tantas  lacunas...

E me dou conta,
Somente agora.


Albertina Chraim

sexta-feira, 2 de maio de 2014

261. TUA GAIOLA


Como cavidade de um ventre
Voltas ao útero
Como forma protegida
De prevenir-te de teus lutos...

E a porta mesmo que entre aberta
Cerra-te em teus medos
Entre frestas comprimindo os sonhos
Conservados em segredos...

E ela, mesmo em madeira
Construída em finas varetas
Parecem-te jaulas que abrigam as feras
Ao aprisionar-te em teus medos...

Em teu ninho camuflado
Como coberta sem leito
Encobres teu corpo
Em teus mais íntimos segredos...

E na direção que faz o vento
Vês entre as frestas
Passar teus sonhos,
Menores que teus anseios...

La, aonde o vento faz caminho
Estão tuas gaiolas
A condenar-te em teus receios
Renegando o desconhecido
Como se o que estivesse perto
É o que te causa-se arrepios.

É como se, não existissem tuas asas,
E tua liberdade, dependesse de um libertador...

Qual a função desta gaiola
Que aprisiona um sonhador?

Albertina Chraim

domingo, 30 de março de 2014

260. (.), (...)



Definir-me,
Para começar-me do fim,
Ou quem sabe,
Terminar-me ainda, mesmo que em tenro começo...

Destruir-me,
Quem sabe para que, no meio dos escombros
Eu encontre algo que me reaproveite...

Mirar-me,
Com um novo olhar
Ainda com a ilusão
Que ao piscar meus olhos eu me reconheça...

Acentuar-me em uma curva
Quem sabe, numa reta sem chegada...

E numa vida acentuada
Encontrar-me no inicio do fim,
Ou quem sabe no fim da chegada.

Ao atar-me nestas quebradas,
Esbarro-me em meus movimentos
Impulsionados por minha alma...

Que no imediatismo de meus anseios
Estagna- me em tantos recomeços
Na busca de mim mesma...


Às vezes
Reticências.
Noutras vezes,  apenas final,
Numa ponte entre vírgulas,
Aonde somente a morte neste plano
É o terminal.




domingo, 23 de março de 2014

259. POEMAS



Palavras transbordantes
Do cálice da alma...

Quão rio em seu leito
Na busca do oceano
Esparrama sobre o papel
A essência do sujeito...

Rente as ribanceiras
A rolar pedra sobre pedra...

Vem arrastando os tocos
Do que resta da invernada...

Poemas!
Palavras traiçoeiras
Que escancaram as gavetas...

Que o homem por muito tempo
As manteve acorrentada...

Poemas!
Sufocadas na garganta
Que ao abrir-se para a escrita
Escorre no papel
Nas linhas do horizonte...


Albertina Chraim

sábado, 15 de março de 2014

258. O MEDO E A RAZÃO



O medo e a razão
Resolveram fazer uma acarearão...

Um falava de seus medos
O outro falava de suas razões...

O medo então afrontado
Se sentido um bicho papão...

Abriu suas janelas
Deixando entrar um pouco da razão...

A razão então soberba
Dona de todas as verdades...

Olhou pra a fragilidade do medo
Como se fosse ela,
A salvação da humanidade ...

E a razão, então assustada,
Não sabia se daria conta
De tanta insegurança...

Pois aprendeu a raciocinar
Apenas em cima do que 
Trazia-lhe segurança...

E o medo e a razão
De almas desarmadas,
Livres de anseios
E de decisões acertadas,
Seguiram aquela conversa...

Falaram sobre muitas coisas
De segredos, e sobre a própria vida,
Falaram das dores da alma
E das curas de tantas feridas...

Os dois agora amigos,
A tricotar sobre a vida,
Chegaram a conclusão...

Não há razão que desconheça seus medos
Nem há medos que desconheça suas razões..

A razão por sua vez, tentando refletir um pouco mais
Percebeu que por de trás sua exatidão
Há um anseio enrustido de perder a direção...

E o medo fechou-se em silêncio
Refletindo em suas razoes 
Que por de trás de seus anseios há o desejo de segurança...

Então o silencio se fez mudo
Entre o medo e a razão...

Passaram refletir
Qual a diferença entre o que é complexo e o que é complicado...

Com certeza esse tema,
Deu pano para outra reflexão.

Albertina Chraim

quarta-feira, 12 de março de 2014

257. AS CASAS



São  muitas  casas,
Nada engraçadas...

Nelas há tetos,
E  janelas  todas envidraçadas...

Tem   portas com tramelas
Mas,  também flores no jardim...

Nessas casas
Também  tem chão,
Tem sótão,
E escadas com corrimão.,.

Pode-se dormir na rede
Pois nessas casas tem muitas paredes...

Podemos fazer xixi
Pois  latrinas também ali...

São  casas feita por muitos segredos
Pois humanos moram ali...

A rua que  habitam
E a de número  impar
E cada um com sua  própria vida...

Ia esquecendo...

Cada casa,
Também tem seu próprio porão.

Albertina Chraim

256. A VIAGEM


E eles permaneceram mudos
Perdidos em seus pensamentos, 
Aprisionando o silencio no corpo
Sem qualquer direcionamento...

E o instante se fez,

Apenas com os movimentos
Em pensamentos ambos se olhavam
Mesmo perdidos no tempo...

E uma cortina de sons,
Quebra aquele momento,
Quando outro suspira,
Corrompendo aquele silencio...

E ambos acordaram,
Para iniciar a rotina
Foi quando desejam ao outro
Um singelo “bom dia”!

E eles ainda em silencio
Retardando suas respostas...

Aprisionadas naquelas histórias
Que teimam a resistir ao tempo.

Seguiram embebidos nos sonhos
De quem ainda acreditam
Nesta viagem...

Albertina Chraim

terça-feira, 11 de março de 2014

255. A PONTE



Estruturada na coluna do tempo
Mesmo com seus ferros corroídos
É majestoso monumento!

Passo ao seu lado tantas vezes,
Larga-me um belo sorriso
Como a que cortejar-me
Por ter me servido...

Vaidosa, pousa para tantas fotos
Iluminadas pelo por do sol
Desejando boas vindas
Mesmos com teu surrado vestido...

Em segredos, guarda histórias
De um povo agradecido.
Quem já pisou em suas estruturas
Jamais terá esquecido...

Embora doente,
Faz-nos voltar ao tempo
A resgatar as histórias
Registradas em forma de monumento...

E ela, altiva se faz
Unido a ilha ao continente
Que solitária é guardada
Na memória de tanta gente...

Em cima, as gaivotas
Paridas em suas hastes
Tão solitárias, quanto,
Decorando nossa paisagem...

Embaixo, as ondas,
Às vezes apenas marolas,
Impulsionam os barcos
Na vastidão do mar...

E ela, majestosa,
Aproximando tantos continentes,
Não cabe nesse momento
Pela omissão dos homens
Sua vida abortar...

Se, ferros estão corroídos
As estruturas inseguras,
É hora de rever os projetos...

Não podemos apagar os velhos
Por seus ossos estarem em ruína
Pois num tempo como hoje
É a o amor que determina...

Podemos seguir os exemplos
De tantas outras histórias...

De irmãs medievais
Espalhadas pelo mundo
Que pela conservação resistiram ao tempo
Como cartões postais...

Compondo as novas gerações,
Cabe apenas a cultura
De um povo a não confundir,
O desgaste do tempo,
Com o descarte em sepulturas...

Sua identidade depende de homens bons
A preservar este monumento.
Não é apenas um cartão postal
Para embelezar nossa terra,
Mas, a parte de toda uma história
Que este povo alimenta...

Não pode um patrimônio histórico
Ser tombado pela ignorância
E ser motivo de tantos conflitos
Envolvidos por ganância.

Suas torres já nem tão jovens,
Elevadas de blocos de coragem
Suas pistas de rolamento
Seus cabos de sustentação...

São estruturas necessárias
Para manter qualquer edificação...

E as irmãs medievais que resistem a qualquer tempo
Espalhadas pelo mundo
Podem nos servir de exemplo.

È possível resgatá-la
Sem sucumbir-se ao descaso
Como pórtico de nossa chegada
Este majestoso monumento.

Albertina Chraim

domingo, 9 de março de 2014

254. PALAVRAS JOGADAS AO VENTO


Corri atrás do vento
A catar as palavras mal ditas,
Que lancei em minha jornada...

Se, pudesse reencontrá-las
Hoje, uma a uma...

Quem sabe teria uma chance
De refletir por um instante...

Poderia reformulá-las  
Com sabor de arrependimento…

Por jogá-las ao vento
Perdida em pré  julgamentos…

E hoje então bem mais tarde
Refletindo sobre meus ditos...

Transformaria cada palavra
Em canções de entendimento...

Quem dera todas as palavras
Que lançamos ao vento
Não fosse de pré julgamento...

Assim um dia bem mais tarde
Não teria o arrependimento...

Pois as palavras quando mal ditas
Apertão  o peito da gente...

Ficam atreladas na alma
Mesmo quando jogadas ao vento.

Albertina Chraim

domingo, 2 de março de 2014

253. SOMBRA








Parte de mim que não existe,
Neste plano em que piso...

Mas. que surge de repente
Trazendo para a realidade
O que me resta de juízo...

Persegues-me lado a lado
Como fagulhas de mim mesma,
Contornando minha alma
Retratando minhas incertezas...

Em movimentos dilacerados
Pela luz da existência
Lanças meu corpo ao solo
Em forma de traçados,
Revelando minha inconsciência...

Tuas linhas nem tão retas,
Guardam meus segredos
Escondidos entre os traumas
As dores e os medos...

E ate o mais passivo dos homens
Ë lançado rente ao solo
Marcado como morto
Muito embora esteja vivo...

É meu lado obscuro
A desenhar minha alma 
Revelando-se em formas monstruosas
Aquilo que insisto manter escondido...

Irma bastarda de meu corpo
Que ereto se prende a vida
Enquanto ela a sombra,
Deita-se em minhas trilhas
Revelando os porões
Das historias de minha vida...

Enquanto  as memórias
Os restos busca esconder,
Vem à sombra deitar-se a minha frente
Jogando-me na cara que -
Se te apresentas plácido e descente
Ela vem revelar-te monstruosa
Feito brasa incandescente.

Albertina Chraim


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

252. FELICIDADE



Alvo de procura de todos nos
Que enquanto nós,
Atamo-nos,
A cada ato
Em nossos próprios nós...

E quando deixa de ser
Alvo de nossa procura
Descobriremos que ela sempre este perto,
Muito embora em seus momentos,
Se parecesse muda...

E um dia ela,
Assim como uma planta
Ainda em muda,
Surge brotando pra vida
Sem que nos déssemos conta
De que ela aparece
Diante  da cura de nossas feridas...

E da determinação
De ver a vida leve,
Superamos nossos próprios obstáculos...

Escalamos as alturas
Desvendando o mistério
Que envolve nossas dores
Diferenciando aonde termina a emoção
E começa a razão...

Então,
Para não enlouquecer
Sublimando nossos fardos,
Surge a felicidade
Toda faceira
Como água brotando
No agreste de um coração...


Albertina Chraim