quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

252. FELICIDADE



Alvo de procura de todos nos
Que enquanto nós,
Atamo-nos,
A cada ato
Em nossos próprios nós...

E quando deixa de ser
Alvo de nossa procura
Descobriremos que ela sempre este perto,
Muito embora em seus momentos,
Se parecesse muda...

E um dia ela,
Assim como uma planta
Ainda em muda,
Surge brotando pra vida
Sem que nos déssemos conta
De que ela aparece
Diante  da cura de nossas feridas...

E da determinação
De ver a vida leve,
Superamos nossos próprios obstáculos...

Escalamos as alturas
Desvendando o mistério
Que envolve nossas dores
Diferenciando aonde termina a emoção
E começa a razão...

Então,
Para não enlouquecer
Sublimando nossos fardos,
Surge a felicidade
Toda faceira
Como água brotando
No agreste de um coração...


Albertina Chraim

sábado, 22 de fevereiro de 2014

251. RESILIÊNCIA



Um fino grão de areia
Indefeso na rua...

Encontrou-se com o vento
Em tempestades nuas e cruas...

Desumano e malvado,
Derrubando tudo que via...
Transportava o grão de areia
Em suas ventanias...

E o pequeno a perder-se
Assim como seus outros irmãos...

Reviravam-se nos cantos
E juntos davam-se as mãos...

Era assim todas às vezes
Que a tempestade se anunciava...

Voando as areias
Como se elas tivessem asas...

E o tempo foi passando,
E as areias naquele canto
Acumulavam-se...

De repente se observa
Que naquele amontoado
Uma pedra firme e forte
Já havia se formado...

E assim as edificações
Começaram a surgir
Depois que um simples grão de areia,
Firmou-se em suas andanças...

Nem o vento entendeu
Aquela  construção...

Mas, ficou claro que depois tempestade
A vida se acomoda...

E o sofrimento já nem tão eminente,
Abre espaço para a reconstrução.

Albertina Chraim









segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

250. MULHERES


De Evas e Marias todas elas têm um pouco,
Uma se veste de Santa,
A outra, de recato, muito pouco...

Se a primeira perdeu-se da virgem,
A outra em sagrado manto se cobre...

Se uma se alimenta do fruto proibido.
A outra de fé lança ao mundo o homem nobre...

E Evas a rebelar-se das garras dos opressores
Caíram no mundo, na busca de tantos amores...

E Marias, que velam filhos
Suportam no peito tantas dores...

De Evas e Marias
Se sabe muito pouco...

Não sabemos se são reais ou fantasias
Mas, reza a lenda que por causa das Evas,
Despudoradas e sem juízos,
As Marias foram banidas do paraíso...

sábado, 15 de fevereiro de 2014

249. TEIAS DA MEMÓRIA



Veio o tempo e me enrolou
Na teia tecida por minhas histórias....

Não me poupou um segundo se quer
Me levando parte de tudo daquilo
Deixando hoje em mim,
Apenas a memória...

Olho para trás e não me encontro
É como se o vivido torna- se um sonho
Sem dia e sem hora...

Mas o mesmo tempo que me rouba
Tudo que por mim foi vivido
Deixa como recompensa
O sabor de não ter esquecido...

Perco-me a recordar
Das historias do passado
Cada momentos e segundos
Foram tecidos em teias
Nos laços de minha memória.


domingo, 9 de fevereiro de 2014

248. AS SOMBRAS E A LOUCURA



Hoje  pensei em mim, a loucura,
De um lugar que me tirou o conforto...

Se caio e me levanto,
É por que ainda não estou morto...

Hoje pensei em mim, as sombras,
De arranhas céus
Ou uma simples planta do horto..

Se há sombras,
Ha vidas
No chão  firme,
Embora  torto...

É por que ainda  este Ser
Mesmo que  em trapos,
Sustenta o corpo...

Então a loucura,
É algo que não existe...

Nem pode atrelar-se as sombras
Como se todos já nascêssemos condenados
Mesmo em vida,
Estar-se um dia, louco...

Então, a  vi saindo a francesa
Como se  estivéssemos  tirando,
Os pratos daquela mesa...

Que já saciados,
Não desejávamos a sobremesa...

E aquele corpo em parcos  movimentos
Cadenciando suas historias ...

Vai acenando devagarzinho
Apagando suas memórias...

Agarrando-se   na solidão
De seus  últimos suspiro em vida.


Albertina Chraim