quarta-feira, 29 de agosto de 2012

147.QUEM SE RESPONSABILIZA, AMA


Muitos falam: 
Quem ama educa!
Com se educar fosse condição...

Saibam que ao lançar
Filhos ao mundo
Não pode haver devolução...

Então!
Amar não pode ser
Pré requisito,


Justificando os abandonos...

É preciso responsabilizar-se
Por suas crias,
Cumprindo sua função ...

É preciso definir,
Onde inicia  a responsabilidade...

Se comprometendo
A criar filhos
Com cuidados de verdade...

Quem sabe desta forma
O amor ate aparece...

E no lugar de negligencias,
Por não ver cedo,
As benesses...

Entenderemos
Quem uma criança,

Hoje é pequena,
Mas um dia
Também cresce.

Albertina Chraim

146. NÃO ESTOU PRONTA



Dizem que completo estará o homem,
Ao escrever um livro,
Ao plantar uma árvore,
Ao lançar no mundo um filho...

Que bobagem essa máxima,
Que se lança tão firme em terra...
Condenando a humanidade
A viver escravo dela...

Ao escrever um livro
Ainda de coisas tolas,
O homem somente escreve
As experiências de alcovas...

Ao plantar uma árvore,
Já na tenra idade,
No homem ainda habita
Um Ser cheio de maldade...

Ao lançar-se no mundo
Com pedaços de sua vida
Em forma de filhos pródigos,
Mal sabe ele,
Qual destino terá sua cria...

Então essa máxima,
De que o homem estará pronto,
Ao cumprir esses três legados,
Cai em terra!

Todo homem,
Somente  estará  completo
Quando livra de sua alma
O sentimento de maldade...

Vários  livros ainda escreverá,
Deixando tantos enredos
Sem finalizar suas tramas...

E das árvores que plantar
Tantos frutos germinarão
Mas alguns nascerão toscos
Finos e fracos como gravetos rentes ao chão...

E os filhos que parirmos
Das entranhas de nossos ventres,
Cada um dará continuidade
A sua historia..

Alguns livros  já escrevi,
Algumas arvores já plantei,
Gestei no mundo os filhos,
Pelo simples prazer de existir...

Seguirei nesse roteiro,
Não sei em qual ordem
Pois ainda não me sinto
Plena!

Tenho muito que aprender
A viver em comunidade,
Para desvendar o mistério
Que envolve a humanidade.

Albertina Chraim

domingo, 12 de agosto de 2012

145. MEU PAI


MEU PAI

Talvez ontem eu não entendesse teus apelos,
Que em tantos momentos me pareciam tão banais...

Porem agora, quase perto de ti,
Entendo que querias me dizer muito mais...

De teus bigodes retorcidos.
Enfrentando as tempestades...

De minha adolescência atrevida
Achando o Ser adulto, uma maldade...

Hoje, já bem madura,
Entendo o que de mim querias...

Seria tudo muito simples
Se não fosse minha rebeldia...

De filha atrevida,
Acreditando ser breguice a idade...

Então meu querido Pai,
Talvez eu nem te mostre este escrito...

Mas, lembre-se que em cada abraço que te dou,
Mesmo em silêncio,
Agradeço-te todos os dias...

Poder ouvir tua voz,
Sentir teu cheiro,
Ou simplesmente conversar contigo...

Acariciar tua pele enrugada,
Servir teu café,
Buscar teu chinelo,
Pedir-te a benção,
E poder dizer-te que
Amo-te cada vez mais...

Não é amor incondicional,
Nem amor interesseiro,
É um amor tão puro,
Que me faz sentir-te em qualquer lugar

Se um dia me atrevi,
Não querendo te entender,
Hoje sei que me ensinaste
A crescer...

Se tuas frases prontas
Causavam-me aversão
Hoje as reproduzo para meus filhos,
Repetindo a lição...

Albertina Chraim