domingo, 29 de julho de 2012

144. A MALABARISTA


Nas cordas bambas da vida
Pendurei meu coração...

Balancei feito bandeira,
Marcando território,
Defendendo sua nação...

Fincada com seu mastro em terra firme,
Outras vezes,
Rente ao chão...

Bailei enfeitiçada pelo vento,
Nos passos das brisas leves...

Mas também me congelei
Em tantas outras ocasiões...

E nas cordas bambas da vida
Seguindo adiante,
Outras vezes  tombada feito peão,

Vou equilibrando em tênues fios
Driblando  a solidão...

Albertina Chraim

domingo, 22 de julho de 2012

143. BONECOS DE ALGODÃO



E o louco a olhar o horizonte
Sentia-se perto de Deus...

Brincando com os anjos
Como se fossem todos eles,
Bonecos de algodão...

A correr por entre as nuvens
A brincar como criança...

Voava como os pássaros
Nas asas de sua imaginação...

O louco então se vestia,
Com qualquer pedaço de pano...

Que o enrolava em forma  de vestes
Em figurino  de humano...

E Deus a sorrir,
De tantas algazarras...

Acariciava a alma deste homem
Em terra, considerado insano...

Se, todas as loucuras dos homens,
Fosse brincar com os bonecos de algodão...

A humanidade estaria livre,
Da insensatez,
E imprudência,
De tantos homens...

Considerados
Equilibrados humanos.


Albertina Chraim

terça-feira, 17 de julho de 2012

142. RESSENTIMENTOS


Você!
Que viaja pelo tempo
Carregando em sua bagagem
Tantos ressentimentos...

Não perca mais nenhum segundo
Dos instantes desta vida
Pois se sobrevivesses
A todas as tormentas
É por que cicatrizaram-se as feridas...

Olhe para o horizonte,
Que se perde na imensidão,
Lembre-se que de tudo o que viveste,
Mais nada esta em tuas mãos...

O que ficou foi apenas às lembranças
Com sabor de ilusão...

O que não te fez bem,
No tempo se perdeu...

Se te pegas pensando
Se foi sonho ou realidade
Acredites que o que valeu
Volta em forma de saudade...

Então caro amigo,
Não espere mais nenhum segundo
Pois a maior perda de tempo
É condenar-se ao sofrimento
De guardar magoas,
Para toda a eternidade.

Albertina Chraim

141.SAUDADE'S'



Saudade!
É um sentimento
Que se estende pela vida
Quando arrastamos as memórias
Das coisas mais queridas...

Vamos fragmentando
Pedacinhos de lembranças
Dos tempos das brincadeiras
Que fazíamos na infância...

Saudade!
Pode ser também,
Da nossa juventude
Quando em perfeita harmonia
O corpo estava em plenitude...

Vamos fragmentando,
Recordando as aventuras
Dos beijos da adolescência
Com sabor de travessura...

Saudades!
Torna-se apenas lamento
Do desejo incontido de poder
Dar volta ao tempo...

Abrindo-se o baú
De nossas recordações
É como se tudo que foi vivido
Fosse apenas ilusão...

Saudades!


Albertina Chraim

terça-feira, 10 de julho de 2012

140. AUTO CARICIA



Hoje quero sonhar acordada,
Brincando de fazer amor...

Quero acreditar em fantasias,
Escrever contos de fadas...

Quero ser a Cinderela,
Que não vaza à meia noite...

Quero um príncipe encantado,
Beijando-me por toda a noite...

Quero nuvens de algodão,
Contar estrelas,
Mesmo com os pés no chão...

Na calda de um cometa,
Quero  desenhar um coração...

Quero sentir saudades,
Com sabor de halls de hortelã...

Quero caminhar por sobre as águas
Flutuar nas asas da imaginação...

Quero conhecer todos os encantos
Vasculhar  a imensidão,
Deste universo misterioso
Dos segredos que guarda um coração...

Quero apenas sonhar,
Como sonha  uma criança...

De ganhar presente no natal
Sem medo  de bicho papão...

Quero sentir todos os perfumes
Que exalam da paixão...

Pois ao me permitir sonhar
Acaricio meu coração.

Albertina Chraim

139. APRENDI




Aprendi com a existência
Que a vida  tem penitencias...

Se não levar-nos a sério
Assinamos a sentença...

Se nos condenarmos ao ostracismo
Conquistaremos a solidão...

Se fugirmos da responsabilidade
Receberemos o peso da condenação...

Aprendi ainda cedo
O valor da solidariedade...

Cada bem que praticamos
Elevamos a espiritualidade...

Pode ate parecer bobo
Fazer tais comparações...

Mas, depois de um certo tempo
Aprendemos a lição...

Nem tudo vem de mãos beijadas...
Nem tudo é por acaso...

Se uma folha despenca-se de seu galho
Anuncia-se uma nova estação..

Com as mudanças que se fazem no tempo
No tornando mais humanos...

Pois a medida que evoluímos
Elaboramos novos planos...

Vamos seguindo vida a fora
Rindo de nossas mazelas...

Se sobrevivemos todas as tormentas
Com certeza fomos mais fortes que elas...

E seguindo  meio sem rumo
Já  não temos mais pressa...

Cada segundo que vencemos
Vamos sentindo a vida
Bem mais leve...

Vamos olhando para trás,
Relembrando nossas experiências...

Recordando  a infância
Os desfrutes da adolescência...

Já adultos éramos bobos
De querer ganhar o mundo

Hoje um pouco mais maduros
Entendemos que a maior riqueza da vida...

É poder acordar
Toda manha
E desejar bom dia ao mundo...


Albertina Chraim

sexta-feira, 6 de julho de 2012

138. BOLHINHAS DE SABÃO




Quem dera que  todas as bolhas
Fossem feitas só de sabão...

Teria gosto de infância
Como brincadeiras de irmão...

Quem dera que todas as bolhas
Fossem feitas só de sabão...

Apararia todas elas
Na palma de minha mão...

E nas cores que pinta a vida
Brancas, azuis ou amarelas,
Quem sabe, verde limão...

Todas as bolhas deveriam,
Ser feitas somente de sabão.

Albertina Chraim

137.ACORDEI E AMEI A VIDA



Hoje cedo acordei
E amei a vida...

Ela, toda faceira me
Devolveu em  sorriso
Sua alegria...

Brincamos de brindar
A existência...

E ela menina.
Me convidou  a bailar...
  
Nossos passos sincronizados
Deslizavam pelo salão,
Nos rodopiando em cirandas...

E assim, seguimos dias e noites,
Noites e dias...

Eu a amando a cada manha,
Ela me convidando a bailar
Pelos palcos da vida.

Albertina Chraim

quinta-feira, 5 de julho de 2012

136.O SECRETO


Finda  a tarde
Pinto  com o ouro do sol,
As linhas tornas de meu horizonte...

E  lá bem distante
Nos matizes de minha infância
Entre o firmamento e a esperança...

Apago as pegadas de meu
Destino errante...

Em  cada marca que encontro
Reescrevo o novos enredos
Assinando de aquarela
Meu nome...

Volto pra mim,
Agora sem segredos...

Pois o que chamo de secreto
É apenas o que quero
Em meus sonhos preservar...

Albertina Chraim