sábado, 26 de maio de 2012

131. O TEMPO EU INVENTO



Meu tempo é algo irreal
Inventado...

Invento o tempo da roda
Quando invento varias  rodas
Em volta do tempo
Inventado...

Invento
A falta de tempo
Quando me reinvento
Perseguindo o tempo...

E na falta de tempo
Eu invento o tempo que me falta
No tempo que invento...

Albertina Chraim

domingo, 20 de maio de 2012

130. PARTINDO DO NADA



O nada,
Talvez seja o ócio da mente
Que me atrela a falha da memória...

Risco e rabisco vário escritos
E nenhum deles deixa dito
O que realmente reflito...

Sinto no vazio, a ausência do nada
Que me rouba as palavras
Retratando na folha branca
A mudez da fala...

Visto-me de escritos
Com os fios das palavras
Mas é no vazio da escrita
Que teço  meus versos 
Diante da presença do nada...

E assim deslizo no papel
As várias palavras
Mas logo as apago...

É como se hoje,
Ao escrever
Estivesse meu lado escritor
Lançando as idéia no papel,
Partido do nada.

Albertina Chraim

sábado, 12 de maio de 2012

129.MÃE(S)



Lanças ao mundo os filhos,
Um poder que mais ninguém tem...

Entregas-te a um homem
Pelo amor e ou pelas juras,
Um tempo logo depois
Surgem novas criaturas...

Criaturas que crescerão
Numa sociedade,
Futuro cidadão...

A importância de teus votos
Não termina por ai,
Pois a melhor mãe do mundo
Suporta o que há de vir...

Se quando pequenos são os choros,
Quando criança são as birras,
Na adolescência são as crises,
Já mais tarde as direções...

Acredites que esses passos
São escalas para a formação,
Então não abandone seu filho
Nas primeiras decepções...

O dom da maternidade
Que a ti é conferido
É uma dádiva que DEUS
Deu somente a ti, esse oficio...

Vamos então refletir
Sobre essa função.
Se nossas crianças estão crescendo,
Vamos ver como anda teu papel
Nessa doce missão...

Não é mais uma cobrança
Que estamos te impondo,
Mas é um pedido
Que fazemos em teu nome...

Reflita sempre onde estão teus filhos,
Que amigos esta procurando,
Não adiante mais tarde chorar
Reclamando tua sorte...

Diz-se que teu amor é incondicional,
Talvez sejam por ai os enganos
Não podemos em nome do amor
Cobrir os erros com teu manto...

Este manto é sagrado
Não deve ser maculado
É preciso responsabilizar-se
Por aquele que deve estar sempre ao seu lado...

Então querida mãe nesse dia tão especial
Vamos refletir de quem são esses filhos
Que se tornaram um problema social...

Teu amor é absoluto
Pois integral deve ser tua responsabilidade
Ao educar teu filho 
Nas linhas da ética, crescimento e integridade...

Não falamos que seria fácil
Mas difícil é esquivar-se
Das exigências que tem o amor
Quando ele é de verdade...

Então queridas mamães
Não se iludam com a vaidade
Ao botar filhos ao mundo
Comprometemos-nos com a
Segurança da sociedade...

Se teu filho vai ser doutor
Padre, ou nobre humano...
Não importa como se chamará...

Deves ter a certeza que
O que é de teu alcance
Não cabe o abandono...

O abandono não se restringe
Largar uma criança ao relento
Muitas vezes o maior abandono
É deixar confusos os sentimentos...

Então nesse dia tão especial
Que dedicam a todas as Mães
Vamos Reciclar nossa vocação...

Ao colocar filhos ao mundo
Escolhemos a maternidade,
Escolhemos ser responsável
Pela segurança da sociedade...

Olhe nos olhos de seus filhos
Com determinação e integridade

Lembre-se que ele será teu filho
Por toda a eternidade...

Não importa se nas estações das flores
Ou nas épocas das tempestades...
O importante é não desistir
De exercer a eterna maternidade.


Albertina Chraim

quarta-feira, 9 de maio de 2012

128. BAU DA SAUDADE



Caminhando por uma estrada
Sentou-se à pedra que encontrou
Logo adiante...

Olhando para trás
A mirar a sua sina
Revê o seu passado
Como se fosse memórias
Póstumas ainda em vida...

Reencontrou a própria infância
A correr de pés no chão
A brincar de pique esconde
E carrinho de rolimã...

Num dia de sol nascente
Encontrou bela mulher
A amou a qualquer preço
E a chamou de seu amor...

Lançou filhos ao mundo
E com sentimentos tão profundos
Venceu a barreira do tempo
E tornou-se ancião...

Envelhecida sua pele
Que agasalhou sua vida
O homem agora franzino
Revê por essa estrada
Sua historia ainda em vida...

Sem tempo para lamento,
Vai viver o que lhe resta
De sua vida nesse terreno...

Se foi infeliz, pouco importa
Pois o que restou de sua historia
Ficou perdido no tempo...

Não carrega mais tantas chaves,
Nem segredo se recorda
Seus pecados mais profanos
Hoje pouco lhe importa...

Ao sentar-se nessa pedra
Já cansado da caminhada
Resgata no tempo, sua historia...

Se existiu já nem se sabe
Mas o que resta de sua historia
Fica guardado no baú saudade.

Albertina Chraim

domingo, 6 de maio de 2012

127. O DISTANTE




Profundo são meus olhos
Que te miram ao passar...

De cada janela de
Minhas meninas
Uma imagem a fitar...

Nossos sonhos são de açúcar
Adoçados e adoçando...

Em meus desejos é que eu aguardo
A tua hora de voltar...

 Do crepúsculo a aurora
 Da nascente ao ocaso...

 Na linha do horizonte
 De quem esta ao meu lado...

Se na distancia eu me perco
Aproximo-me da saudade...

Sentindo o cheiro de teu corpo
Enchendo-me de vontades.

Albertina Chraim

126. QUERO O HORIZONTE


Hoje eu quero fazer nada!
Talvez seja essa a forma de
Partir para algum lugar...

Quero  apenas olhar para o céu
E ver os pássaros em revoadas...

Não quero o feio
Nem quero o bonito...

Quero apenas o cheiro
Da existência...

Não quero amar,
Também não quero ser amada...

Quero caminhar de pés vazios
Sem destino...

Como a correnteza do rio,
Ou o breu da madrugada...

Não quero a velocidade das horas
Nem a serenidade da garoa...

Quero a liberdade
De desbravar novos caminhos...

Quero poder acordar
Com o cheiro do orvalho...

A escorrer em minha janela
Como as contas que carrego em minhas mãos,
Do rosário...

Talvez o horizonte
Seja o melhor destino
Ao contornar as montanhas
Ensinando-me o caminho...

Albertina Chraim

terça-feira, 1 de maio de 2012

125.UM LOUCO AMOR



Se me vejo,
Não te vejo...

Se te vejo
Não me vejo...

Se me sigo,
Não te sigo...

Se te sigo,
Não me sigo...

Se me escuto,
Não te escuto...

Se te escuto,
Não me escuto...

Se me quero,
Não te quero...

Se te quero,
Não me quero...

Se me abraço,
Não te abraço...

Se te abraço,
Não me abraço...

Se me digo,
Não te digo...

Se te digo,
Não me digo...

E esse amor dicotômico
Elevando-me as alturas...

Tem tantas bifurcações
Entre a sanidade e a loucura...

Esse teu jeito cigano
De me levar aonde queres...

Vai guiando minha vida
Amarrando-me a teus pés...

E assim passam-se os anos
A contar cada segundo...

Como forma de perdurar
A  historia de um louco amor...

Albertina Chraim