terça-feira, 31 de janeiro de 2012

97. FILHO


Grande são teus sonhos
De menino embora grande...

Unindo as fantasias de um homem  
Às vezes criança...

Sábio são teus pensamentos
A guiar-te por essa vida...

Todas as sortes que tens
Surge da forma de tua inteligência concebida...

Astucia é teu nome,
A correr por teus projetos...

Vencendo por onde passas
As distancias e os desafetos...

Ontem estavas nascendo
E hoje te vejo grande...

Germinas tuas sementes
Na aridez do deserto...

Espalhas por onde deitas
Teu perfume de humano...

A despertar tantos desejos
No colo de bela dama...

De filho, um dia pai
Vai tracejando teu caminho...

Cravado de brilhantes
Quando enfeitei teu destino...

De filho  eterna criança
Embora grande,
Sempre menino.

Albertina Chraim

sábado, 28 de janeiro de 2012

96.QUEM TU ÉS?



Sangras-te dias sem parar
Sem perder a vida...

Carregas-te na própria veste
A prole humana...

Capaz de vomitar pelas entranhas
Parte de ti...

Alimentas-te ao peito
Os quase fetos prestes a tornarem-se sujeitos...

Se tinhas fome,
Teu pirão não era o primeiro...

Varas-tes as madrugadas a zelar por tuas crias 
Nas horas de insônia...

Desnudasses  a vaidade a gestar
Vários homens...

Me carregas-te eu teus braços
Quando  meu cansaço 
Implorava teu colo...

Quando já mais tarde
Cansada da idade
Embranqueceram-se os fiapos de teus cabelos...

Esquecida pelos homens
Adoeces-te a carne...


Agora,
Em teu leito, depois de tantos atos
Despede-se da vida...

Deixando-me  em  saudades
Dos tempos em que acalantavas
Em tuas preces
Meus sonhos de criança...

Quem tu és?
Ser que me deu a vida
E hoje me convida a abraçar-te...

Como se em cada abraço
Estivesses  anunciando a partida?

Albertina Chraim

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

95.FAXINA

        
Mil baldes bastaram
Para que eu lavasse minha alma
Tirei todas as teias que teciam nossa história...

Dos dramas fiz risadas
Das dores entreguei flores...

Das magoas perdoei
E das farsas fiz verdades...

Em cada canto que limpava
Exalava teu perfume.

A lembrar-me nos dias
Em que te fiz um homem amado...

De tuas condenações me libertei
O que te libertava me atei...

Foram horas de lembranças
A vascular cada canto...

E assim passei as horas
A faxinar a nossa trama...

Recordando cada segundo
As perdas ou as vitoria...

As águas barrentas
Descarregavam a memória...

Mas depois de tudo limpo
Olhei para o assoalho
E me vi em firmamento...

Por guardar ainda no peito
Nossos doces momentos...

Não foi fácil nessa faxina
Desapegar-me do que foi teu...

Mas ao limpar meu coração
Pude compreender
Que amar-te valeu apena...

No meio dessa faxina
Vi um pássaro batendo as asas
Ensinando-me a duras penas 
 O que é a saudade. 

Albertina Chraim

domingo, 22 de janeiro de 2012

94.REALITY SHOW



Busco entender por que tanta polêmica
Levando aos telespectadores a tanta indignação...

Se é apenas mais um programa de vidas em exposição...
Nas novelas não são diferentes com tantas encenações
De crimes, maldades e corruptos querendo a qualquer custo
 Provar que o bem sempre ganha depois de muita desilusão...

Então queridos amigos, vamos parar de ilusão
Não nos cabe falar de anti cultura se não soubermos
Conviver com nossas limitações...

O pior Big Brother da vida é você ignorar o seu irmão
Se você não quer assistir, desligue a televisão
Pegue seu filho e vá ensinar-lhe a lição
Quem sabe pedalar, soltar pipa ou rodar peão...

Ainda quem sabe beijar a careca de seu pai em retirada
Pentear os cabelos de sua mãe...
Ou quem sabe fazer poemas para a eterna namorada...

No reality show de nossas vidas
Expomos nossos venenos, muitas vezes sem nos dar conta
Que a diferença esta exatamente em não estar exposto na televisão...

Vamos refletir, para que tanta condenação
Se esses jovens só estão à caça de um milhão

Vamos parar de hipocrisia, pois podemos fazer escolhas
A diferença esta exatamente na exposição
Desses jovens ao revelar-se nas telas de nossa televisão.

Que te sirva pelo menos para saber onde anda teu filho
Que se bebe perde o prumo coloca a vida em perigo
Pois o maior vexame da vida é perder a consciência
Dos atos cometidos...

Albertina Chraim

93. ACORDA


Buscas pelos quatro cantos
Como se de ti estivesse distante
A tal liberdade...

Se matas,
Querendo livrar-te,
Atado estará às leis
Sejam elas as dos homens
Ou quem sabe do divino Deus...

Não creia que sentir-se livre
É poder fazer o que deseja...

Pois o que aprisiona o homem
São suas próprias amarras...

Nossos desejos,
Às vezes nos são traiçoeiros...
Atam-nos a tantos erros...

Condenam-nos ao confinamento
Muitas vezes são nossos algozes...

A tal liberdade,
Que o homem tanto busca
Está tão próximo,
Não justificando tantos riscos...

Se roubas o outro,
Cobiçando os seus pertences
Tornas-te refém de tuas decisões...

Por desejar o que é do outro
Condenas-te a ter tudo,
De segunda mão...

Se o outro usurpas
Monopolizando sua direção
Estarás te condenando de novo
Julgando-te merecedor de ser caça
Abatida na prisão...

Se o vicio te retém,
Amarrando-te como cordão
Repense se é esse tipo de liberdade
Que mereces lacrar teu coração...

Então caro amigo,
Vasculhe em teus porões
Encontre aquela semente
Pertencente  a cada humano...

Certamente encontraras
Ainda em fertilização
Em condições de replantares
Para uma nova produção...

Esse é o segundo tempo
Que a vida nos oferece
A repensar se estamos no caminho
De nossa  redenção...

A vida não tem tempo
De nos dar muitas chances
Mas se ela te deu,
Aproveite a oportunidade
E saia dessa prisão...

A busca da liberdade,
Pode levar-te a condenação...

Liberdade é uma condição
De andar com retidão,
Mão matar,
Nem roubar,
Nem privar a vida do outro...

Não cair no julgamento
Nem querer mal ao irmão...

Acorde para a vida
Saia dessa ilusão
O homem já nasce livre
Ao saber fazer a escolha de sua direção...

Albertina Chraim

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

92.VÔOS DA JUVENTUDE


Canso-me de tantas coisas
Que meu corpo não mais suporta
Vou arrastando pela vida
Perdendo-me em memórias...

Dos tempos em que era moço
Cheio de atitudes
Decorava minha historia...

Escalava as montanhas
Fazendo algazarras,
No clamor da juventude
Alegrias e fantasias
Eram meus suportes...

Quando das noites fazia festa,
Das manhas o meu descanso,
Nas tardes raiava os dias
Das noites o remanso...

Hoje me desconheço
Diante das limitações,
A carcaça já não agüenta
Tantas badalações...

Vou vivendo cada segundo
Como quem leva pela mão
As bagagens da vida
E suas recordações...

Se soubessem esses moços
Que a vida não é perene
Poupariam mais o corpo
De tantas exposições...

Da tez poupava-lhe o sol
Do coração amaria mais...

Das lembranças como porta retratos
Somente as boas ilusões...

Pois ao envelhecer
Perde a carne
Se ganha a memória...

Em forma de saudade
Do tempo em que era moço
No auge da juventude...

Agora quando velho,
Olhando para vida
Espreita-se na janela
As historias do passado...

Então vamos aproveitar
Cada segundo
Como se fossem os minutos
O maior bem do mundo...

Pois se aprende que tudo passa
E que poucas coisas valem apena...

E que nada justifica
Jogar com a liberdade
Como se ela sustentasse
O peso da idade...

Pois são as asas da velhice
Que suportam as conseqüências
Dos vôos da juventude...

Albertina Chraim

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

91.INSANA


Nas curvas que faz o vento
Vou vagando junto às folhas
Quando mortas rente ao chão...

Nas marolas que fazem as ondas
Mergulho na espuma
A beijar a areia como quem beija 
Sagrado manto...

Nos vôos que fazem os pássaros
Vou rasante junto às brumas...

Se louca me chamas, Insana te pareço
Causo-te insônia, teus cabelos embranqueço...

De que loucura me falas
Se intensa é meu nome
De querer a todo custo
Assegurar a própria vida...

Minha vida é intensa
Por viver em plenitude
Mesmo depois de alguns anos
Dou bom dia á juventude...

Se intensa é minha vida
É por que como magia,
Vou curando todas as dores
Realizando as fantasias...

Não ofendas a loucura
Por achar que sou insana
Pois ao me despojar da sanidade
Encontro a razão...

Vou caindo como as folhas
Desmancho-me como as marolas
Quando bato as asas vou pra longe
Buscando-me a mim mesma...

Se já nascestes equilibrada
Que insana é tua vida de condicioná-la
Os momentos na condição de alienada...

Albertina Chraim

domingo, 15 de janeiro de 2012

90.A ROSA


Mas que misteriosa essa rosa que
Com as vestes ate combina...

Anunciando em pensamentos
Os desejos de menina...

Com sutileza de personalidade
Entras em nossas vidas
Invadindo tal privacidade...

Exalas teu perfume
Por meio de nossas marcas
Que atreladas ao longo do tempo,
Aprisionas nossas almas...

Nos ideais de um sonho,
Esqueces a monotonia,
Da aparência do azul,
Como uma das cores mais fria...
 
Não importa se rosas são azuis,
Ou se do azul se faz a Rosa...
O significado de teu nome é Amor...

Seja em forma da realidade crua,
Das Rosas de Hiroxima,
Que “arrasa os projetos de vida com
espinhos cravados na garganta,
a santa às vezes troca seu nome.
Bandida, cadê minha estrela guia, -
Vadia, me esquece na noite escura.
Mas jura que um dia volta pra casa. 
A toa, a toa, que coisa mais amorosa A rosa...

Quem sabe nas pagina da obra –
Nome da rosa, talvez escrito por Aristóteles
Que falava sobre o riso; 
A tarefa de quem ama os homens,
é fazer rir de verdade, porque a única verdade
é aprendermos a nos libertar
da paixão insana pela própria verdade.” ...

Ou então;
A Rosa divina, graciosa, estatua majestosa
é formada com ardor da alma da linda flor,
de mais ativo valor e que na vida
      é a preferida pelo beija flor,
      na voz de Pixinguinha tu és a soberana flor...

      Não importa se és simplesmente a rosa, ou   se  és  a  rosa dos ventos,
      Cultivas o amor incondicional...

     Quem sabe o amor eterno,
     Daqueles que jamais se abalam
     Ou descolori ao reverenciar os segredos
     Da paixão,

     Na busca da harmonia,
     Toda mulher esta  em torno do mesmo eixo,
     A rosa.
   
     Albertina Chraim

89.CUMPLICIDADE


Se o verde significa,
Vigor e juventude,
Frescor e esperança...

É na calmaria de nossos sonhos
Associado a força feminina, 
Que relembramos nos ensinamentos,
Que os sonhos jamais terminam...

Como a força de um oceano
A revelar-se tão viril,
Na busca de contentamentos,
De proteção e enlaçamentos,
Na família ou nas amizades,
Nossa união revela-se,
Em forma de superação,
A sensatez e serenidade...

Se os elos se desfazem
Pela falta de firmamentos,
Atamos nos laços da vida
A tal cumplicidade...
 
E assim seguimos os dias
Na trilogia da vida,
A costurar em nossas vidas
A essência de nossa história...

Livres das amarras que nos prendem
Aos sentimentos
Abraçamos nos passos da vida
O sentido de três elementos...

Se um é o fogo o outro é água,
O próximo significa “gaia”
O maior dos terrenos...

Sem esse três elementos,
Talvez perdêssemos o sentido
Daquilo que nos deixam em vida
O que nos ensinam nossos velhos pais...

Albertina Chraim

88. PRÍNCIPE ENCANTADO


No vermelho da paixão
E do fogo dos sentimentos
Cravas no primeiro sonhos
O desejo de encontrar  
O príncipe encantado...

E na guerra de um coração
De menina sem pudor,
Cultivas nos dias de tua vida
A busca deste grande amor...

Se não te livras dos laços
Que um dia te lançaram ao mundo,
Continuaras a buscar neste sonho
O sentimento mais profundo...

Mas, se um dia ao libertares
Deste sonho de menina
De ser ainda nessa vida
A mulher mais amada...

Com elegância e liderança
E requintes de profana,
Sentirá em tua pele o sabor
Da mulher humana...

Então, com o espírito elevado
Das sutilezas das armas femininas,
Avistarás chegando num cavalo branco
O teu príncipe encantado...

Albertina Chraim

87.FELINA

  
Se é no mistério do preto,
Que aguças tua fantasia...
É com a elegância do luxo
Na mistura do amarelo com castanho,
Que reluz a maturidade
De tua consciência...

E como tigresa,
Revelas o reinado uma mulher
Em forma de felina,
Trazendo em sua escrita
As histórias do passado...

Muito embora ainda menina,
Associada ao conforto,
Escreves nas tramas da vida
Sua majestade...

No gesto do perdão
De mulher já madura
Esta o segredo das curvas do tempo
Que registras em tua escritura...

Então a tigresa,
Com que camuflas tua pele
É apenas o disfarce
Que usas nas metamorfose 
De tuas historias do passado...
Ferina!

Albertina Chraim

86. O VÍCIO


Se eu fosse um poeta
Escreveria poesias
Simplesmente pelo prazer
De reler no outro dia...

Se eu fosse trovador
Faria trovas em forma de canção
Para acalantar meu coração...

Se eu fosse um escritor
Escreveria versos
Em forma de conversas
Para falar com o leitor...

Como sou apenas eu mesma
Ponho-me a escrever
Para falar comigo mesma
Na ânsia de me conhecer...

Ao reler os meus escritos
Desconheço-me de mim mesma,
Escrevendo meus conceitos
Da vida como ela é...

E assim passo as horas
A escrever sobre os mistérios
Das coisas que nessa lida
Que me são-me tão difíceis de dizer...

Então por meio das letras
Esmiúço cada sentido fazendo
Jogo com as palavras
Das coisas que tenho vivido...

Escrever é meu vício
Revigora meus sentidos,
Escrevendo deixo gravado
As fagulhas do pensamento...

Se todos os vícios
Do mundo fosse o habito de escrever
Talvez os homens pudessem
Melhor se conhecer...

Se não faço esse movimento
Meus pensamentos se perdem
Na vastidão do tempo...

Já que não sou poeta
Trovador, a escrever,
Permito com  minhas letras
Abraçar minha alma
No desejo de me conhecer...

Albertina Chraim

sábado, 14 de janeiro de 2012

85.RECORDAÇÃO

Sinto tanta saudade,
Quando penso em você,
Achando  tempo para o ócio
Me ensinando  a viver...

Perambulei por tantas horas
A labutar em grandes jornadas
Acreditando que ao acumular
Garantiria nosso futuro...

Caminhei pelas pastagens
Arando a terra fria
Para transformá-la em produtiva
Cultivando tantos mistérios...

E no acumulo dos segredos
Guardei o teu amor
A me zelar com tanto  carinho
Nas noites longas de amor...

Em quando beijava tua   boca,
E meu corpo deixava ser tocado
Sentia a maciez de  tua tez
De   eterno namorado...

Mas hoje,
Sem ter a tua presença
A guardar-me em teu coração
Alimento a saudade
De nossas doces ilusões...

No  tempo em que estávamos juntos
A vivenciar tantas aventuras
Achava sentido  em tuas falas
Ao ouvir tantas juras...

Ao recordar nossos momentos
Perco horas recordando o tempo
Em que éramos eternos namorados..

Albertina Chraim