terça-feira, 10 de janeiro de 2012

78. PRISIONEIRA DE TEU ALCATRAZ



Deprimo-te, por meu jeito cigano
De aceitar os enganos
Que a vida me trás....

Deprimo-te, por minha vaidade 
A turbinar meu peito
Driblando a idade...

Deprimo-te, por escalar as montanhas
Que ao céu quase arranha
Em minhas fugas na busca de paz...

Deprimo-te, por meus falsos amores,
Que aquecem meu corpo
Nas noites mais frias
Que o inverno faz...

Deprimo-te, por minha liberdade
De voar sempre longe
Quando o que esta perto,
Já não me satisfaz...

Deprimo-te, por minha ânsia de vida,
Mesmo quando as feridas
Não cicatrizam, jamais...

Deprimo-te, por  meus segredos
Que guardado a sete chaves,
Não te contarei jamais...

Deprimo-te, por viver minha vida
Como se fosse cada segundo
O ultimo instante de paz...

Deprimo-te, pois meu maior tesouro
São os cacos que tenho
Que com tua fortuna
Jamais compraras...

Deprimo-te, por viver sempre rindo
Mesmo quando tua  tristeza
Bate-me a porta dizendo:
Não sorriras...

Deprimo-te, por acreditar
Que somos passageiros,
E que tudo que adquiristes,
Para outras vidas não levarás...

Deprimo-te por ter a certeza,
Que tudo que tens
Não te satisfaz...

Deprimo-te por olhar em teus olhos,
E enxergar que quando me renegas,
Estas a me admirar...

Deprimo-te, por achar as saídas,
Quando todas as portas se trancam
Como se eu fosse prisioneira de teu  alcatraz...

Por isso deprimo-te...

Albertina Chraim

Nenhum comentário:

Postar um comentário