A outra que habita em mim
Surge-me diante do espelho...
Vem debochada a se rir
De meus profanos desejos...
A outra que mira o espelho
Surge diante de mim...
Vem em forma de silencio
Preservando meus segredos...
A outra que habita em mim
Surge-me diante do espelho...
Vem em forma de beata
A orar, a me dar conselhos...
A outra que mira o espelho
Surge diante de mim...
Bem tagarela falante
Destemida me pega em flagrante...
A outra que habita em mim
Surge-me diante do espelho...
Pelos pudores a negar-se
Às juras de amor sem fim...
A outra que mira o espelho
Surge-me diante de mim...
A seduzir-me com seu gracejo
Despertando a outra que habita em mim...
Albertina Chraim
Podemos ser muitas numa só. Sem perder nossa essência. Bonito o seu verso.
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