segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

175.PENA CAPITAL



Irmãs siamesas
Grudadas pelo universo
Uma dependendo da outra
Como o doce à sobremesa...

Uma!
Apresenta na alma, tantas dúvidas,
A outra!
Disfarçada de vida,
Dá ao homem a certeza...

Se, uma é o começo,
A outra é partida,
Revelando o fim do homem
Disfarçando em despedidas...

Se a vida teme a morte,
A morte ceifa a vida...

Vida!
A faceira, cheia de sorte,
A outra!
Ardilosa, finda o Ser em seu leito de morte...

Se a existência revela,
A união dessas duas,
A vida condena o homem
A chegar ao apogeu
E como penitencia,
A Pena capital...

Se, para a vida é preciso pensamento,
Para a morte, basta o passamento...

Chegada e partida,
Inicio e final...

É assim que culmina a existência
De qualquer mortal.


Albertina Chraim

sábado, 29 de dezembro de 2012

174.ROUBE-ME MAIS UMA VEZ



Quero de volta aquele beijo roubado,
Que de mim tirastes quando
Distraída sonhava com um amor...

Mirando a lua
Que  me enfeitiçava,
Com sua luz clareando
A fresta de minha janela,
Na solidão  das  madrugadas...

Quero de volta aquele sorriso sincero
Que jurava eterno, 
Pintando em ouro nossos momentos...

Quero de volta o calor de teus braços
Acalmando meu cansaço,
Depois da longa jornada
Na labuta de meus compassos...

Quero de volta aquele  olhar de menino
Com a pureza singela
Ao me esperar na  janela...

E as rosas que me ofertas-te
Dizendo que delas eu seria a mais bela
Quero replantá-las...

Não importa se foram
Brancas, vermelhas ou amarelas...

Quem sabe assim terei mais uma chance
De dizer-te...
Roube-me mais uma vez!

Albertina Chraim

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

173.FELIZ DE QUEM A TEM


Feliz de quem a tem,
Mesmo quem já a tenha perdida...

É como  se  o tempo
Nunca  a tivessem esquecida...

As recordações,
Permanecem congeladas
Muitas vezes em porta retrato
Como forma de recordar o tempo...

E assim as nucleares
Ou  algumas vezes estendidas...

Registram tantas saudades
Nos livros escritos, da vida...

De geração a geração
Perpetuam as histórias
Repletas de memórias
Daqueles que um  dia  partiram...

Seguimos cada ano
Nesses encontros nos reunindo
Com o compromisso
De superar as indiferenças...

Sem ele  seremos folhas
A voar com o vento
Em suas rajadas
Tirando-nos o firmamento...

Mesmo quem esta distante
Morando a tantas milhas
Estará sempre na lembrança...

É esse sentido que damos
Aos encontros dessa  grande
Família.

Albertina Chraim

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

172.LÊDO IVO





Ledo engano que serias mortal,
Tuas imaginações poética sagravam
O que aconteciam em teus sonetos
Em forma de cânticos
De linguagem de ode equatorial...

Ledo engano  que  serias mortal,
De um brasileiro em Paris
Ou o rei da Europa
Na estação central...

Tuas liras dos vinte anos
Magias do acontecimento do soneto
Fazia do Rio, a cidade e os dias
Meio a sinal semafórico
A soldado raso perdido...

Ledo engano,
Nas noites misteriosas,
De Calabar a mar de oceano
No crepúsculo civil...

Curral de peixes
Em tempos de lua cheia,
No noturno romano,
O rumor da noite,
Com tuas poesias completas...

Deixas em  terra entre tantas  obras,
Cem Poemas de Amor...

De homem de bem
Trajando a alma poeta,
És menino da noite,
Ladrão de flores...

Ledo engano  que serias mortal,
Registrando tua obra
Em um paraíso de papel.
Lêdo engano!

Albertina Chraim

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

171. O PRESENTE



O presente que estava ausente,
Aproximou-se de repente...

Não veio para qualquer pessoa
Pois quem o merece
Deve ter a alma boa...

Depois de tantas pedreiras
Imaginando ser a vida
Uma barreira...

Eis, que de repente
A lua se vira cheia...

Os sonhos se realizam
Os ideaIs se anunciam...

Como móbile pendurando
A vida por um único fio...

Tecido em linhas nobres
Valioso como ouro e cobre...

Resiliente como o aço
Verdadeiro como a palavra...

O presente maior
È o amor que faltava.

Albertina Chraim

domingo, 16 de dezembro de 2012

170. ADEUS ANO VELHO




Venha, venha!
Mas venha sem medo...

Venha cheio de clareza,
Mas também conserve um pouco de segredos...

Venha devagarzinho,
Como o silencio da madrugada,
Mas também venha revoltoso
Tirando-me da hibernada...

Venha com sabor de marmelada
Com queijo feito do leite da vaca malhada...

Traga contigo o perfume do jasmim,
Aquele aroma, que mesmo quando sozinha
Faz-me sentir perto de ti...

Venha sorrindo com o sorriso de criança,
Venha lindo, com sabor de recomeço
Com aquele abraço que não tem preço...

Venha livre voando pelos ares
Mas venha-te atado
Como um coração enamorado...

Venha me mostrar o caminho
Aquele que não tem fim...

Venha cheio de verdades
Escrevendo  poesias
Ludibriando  a saudade...

Venha fechar um ano
De tantos desenganos
Para que ele fique no passado...

È assim que te espero,
Com sabor de primavera...

Quem sabe mostrando
A humanidade
A beleza desta nova era.

Albertina Chraim

sábado, 15 de dezembro de 2012

169.DIÁRIO DE UMA MAE



DIARIO DE UMA MÃE

Já nos falava Vinícius
O poeta do feminino...

Filhos...  
Filhos?

Melhor não tê-los!

Mas se não os temos,
Como sabê-los?

Se hoje tem abobrinha,
Eles querem feijoada...

Se ontem resolvi dormir,
Me queriam acordada...

Se estou acordada,
Penso não existir...

Se pro café trago pão fresquinho,
Eles  desejam uma simples torrada...

Se no almoço  tem salada
Quem sabe vão preferir rabanada...

Se não quero fazer almoço
Vão desejar minha macarronada...

Se resolvo fazer banquete,
Com tudo que tem direito...

Acham que não deveria ser  assim
E tudo  poderia ser  de  outro jeito...

Compra-se a camisa azul
Mas a branca seria a mais bonita...

Se invisto  em uma  roupa mais justa
Dizem que fico melhor com a mais folgada...

As frutas estragam na geladeira
Ficando amareladas...

Se não vou a quitanda
Dizem que na casa  não tem nada...

Se resolvo ficar em casa
Me chamam  de  acomodada...

Mas se me arrumo e vou a festa,
Nossa! Como você esta assanhada...

Como compreender
A cabeça desses rebentos...

Que os colocamos  no mundo
E os transformamos  em rabugento,

Pensando que uma mãe
É seu muros de lamento?

Filhos, Filhos!


Albertina Chraim
                                                        


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

168. A MÁGOA



Com as palavras aprendi,
Que algumas vezes é melhor calar...

As palavras que  por vezes emites
São as que podem condenar...

Então procure refletir,
Sobre  quem  pretendes abonar...

Pois o peso do que se fala
Pode  a alguém magoar..

Se o que sai da boca é fel
Escorre pelas entranhas,
Tal qual  a uma serpente
Escalando as geleiras das montanhas...

Serpenteando  nos desfiladeiros
Sem saber onde vai dar...

A  língua  se torna ferina
Por não parar para pensar...

Magoando o  ouvinte
Que estava a  lhe escutar..

Albertina Chraim

167. PERTO DA LUA



Lua, lua,
Ai quem me dera chegar perto 
Da lua...

Todas as noites
Deslumbrantemente sua...

Trajando mistérios,
Na noite...

Surgindo no céu
Sorrateira...

Refletindo nos arranha-céus,
Quem sabe,
No brilho das águas
Da ribeira...

Revelando a beleza
Escondida
Em cada fase...

Apresentando-se 
Completamente nua... 

Ai quem me dera
Um dia chegar perto 
Da lua...


sábado, 8 de dezembro de 2012

166. DI UMA



Di uma  mulher se fez,
Militante fervorosa
No movimento juvenil...

Se diz de esquerda
Exilada do Brasil...

Quando volta a sua terra
Filia-se ao PT
Ate chegar Ministra da casa Civil...

Tal qual mineira caladinha
Lutou contra o regime militar...

De Colina a Vanguarda,
Revolucionara dos Palmares...

Ideais socialistas
Torna-se Presidente do  Brasil..

Pais de tantos escândalos
Vai da  Máfia dos fiscais,
Sangue suga,
Como a navalha na carne,
Dos bilhetes premiados...

Que empática essa mulher
No meio de tanta corrupção...

Será que ela dará conta
De cumprir sua missão?

Representar a classe feminina
Extirpando do governo
Os envolvido no  escândalo do mensalão?

Albertina Chraim

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

165. OSCAR NIEMEYER



Esculpiu no concreto

As marcas de seus traços
Valorizando as curvas da mulher
Com prancheta e compasso...

E tantos  arranha céus
E das obras espalhadas
Deixou o seu legado...

Renegou-se aos 100 anos
Mas viveu muito mais...

Mesmo dizendo que a vida não  é justa,
Buscou viver cada vez mais...

Suas obras  planetárias
Como quem a buscar o espaço
Permanecerão sempre vivas...

Nas curvas de seus projetos,
Imitava o horizonte que contorna a natureza...

Transpôs para o papel
O que entendia por beleza...

Edificou suas obras
Como a  buscar  na irreverência
A visibilidade mais perfeita...

Não morreu este homem,
Sem que deixasse em seu  traçado
Em linhas retas ou curvilíneas
A prova, de por aqui ter passado...

Veio e nos disse em forma de  arquiteto
Que é possível revelar a alma e o molejo
Na frieza do concreto.

Albertina Chraim

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

164. TU ÉS A LIBERDADE



Não perca tempo nesta vida
Querendo dizer quem tu és...

Pois as respostas desta pergunta
Vem em forma desta poesia...

De alguém que escreve
Para compreender melhor os dias...

Qual o sentimento mais profundo
Que um humano pode ter...

Não tenhas medo querida
Das coisas que queres falar...

Pois já nos primeiros momentos
Te ensinei a escutar...

Não a escuta banal
Daquelas que o ouvido pode ouvir...

Mas, a escuta do Outro
Que chega perto de ti...

Teu olhar já me basta
Para revelar-me que tu és..


Serás sempre essa menina brigona 
Pelas coisas que você quer...

Mas também fora das tempestades
És uma doçura de mulher...

Cecília    Meirelles nos diz
Entre trechos de seus versos...

Que aprendeu com a primavera
A deixar-se cortar,
Para poder voltar sempre inteira...

Nos deixou em seu legado,
Que liberdade,
É apenas uma palavra...

E que o sonho, é o humano que alimenta
Não há ninguém que explique
E ninguém que nunca
A  entenda.

Albertina Chraim

domingo, 2 de dezembro de 2012

163. DÉCIO PIGNATARI


Morre o poeta da
Poesia concreta...

Fecha-se o olhar...
Que traduzia
O que via
Com sua poesia...

Da beleza da arte
Dando suporte...

Traduzindo o abstrato
Como forma de arte...

Vasculhou tantas obras
Como quem a pintar
Em pranchetas...

Os traços da arte
Em forma de letras...

Cala-se o poeta
Que deixa em terra
A poesia concreta.

Albertina Chraim

sábado, 1 de dezembro de 2012

162. MEU VÍCIO



Dependo tanto de ti
Que de mim sinto saudades,
Algumas horas sem voce
É como se meu mundo desabasse...

Como pode te apoderar-te
De meu sangue e meus desejos
Fazendo-me teu escravo
De teus vícios e teus ensejos...

Não desejo ao inimigo
Essa tal dependência,
Pois ao aliar-me a tuas artimanhas...

Sinto que sem ti,
A vida não compensa...

Queria ser eu livre,
Para poder fazer escolhas...

Mas tuas armadilhas
Colocam-me em uma única bolha...

Se essa bolha estoura-se
E eu  pudesse cair
Quem sabe eu teria mais escolhas
E de ti pudesse fugir...

Não creias que eu não percebo
A malicia que há em ti...

Mas tuas armas são tão fortes
Que não desgrudam de mim...

Então, apenas me resta
Avisar a  algum amigo...

Não permita que te aproximes
Pois teu perfume é perigo.

Albertina

161. A VACA LOUCA



Crias em tuas historinhas,
Um personagem desestruturado,
Bancando a vaca louca
Com seus  gritos desequilibrados...

Arrancas tuas unhas
Como a te auto flagelar
Berrando nas alturas
Como se alguém fosse te escutar...

Desestruturada tua alma
Que sem controle padece
Com essa tua historinha
Que a voz do outro emudece...

Mal sabes, que nos bastidores
Deste teu jeito insano,
Que berra,
Que grita,
E que finge que não ama...

Tem um coração assustado,
Querendo ser acalmado...

Pois a o medo e a insegurança
Te faz ficar descontrolado.     

Albertina Chraim