DIARIO
DE UMA MÃE
Já
nos falava Vinícius
O
poeta do feminino...
Filhos...
Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos,
Como sabê-los?
Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos,
Como sabê-los?
Se
hoje tem abobrinha,
Eles
querem feijoada...
Se
ontem resolvi dormir,
Me
queriam acordada...
Se
estou acordada,
Penso
não existir...
Se
pro café trago pão fresquinho,
Eles
desejam uma simples torrada...
Se
no almoço tem salada
Quem
sabe vão preferir rabanada...
Se
não quero fazer almoço
Vão
desejar minha macarronada...
Se
resolvo fazer banquete,
Com
tudo que tem direito...
Acham
que não deveria ser assim
E
tudo poderia ser de outro jeito...
Compra-se
a camisa azul
Mas
a branca seria a mais bonita...
Se
invisto em uma roupa mais justa
Dizem
que fico melhor com a mais folgada...
As
frutas estragam na geladeira
Ficando
amareladas...
Se
não vou a quitanda
Dizem
que na casa não tem nada...
Se
resolvo ficar em casa
Me
chamam de acomodada...
Mas
se me arrumo e vou a festa,
Nossa!
Como você esta assanhada...
Como
compreender
A
cabeça desses rebentos...
Que
os colocamos no mundo
E
os transformamos em rabugento,
Pensando
que uma mãe
É
seu muros de lamento?
Filhos,
Filhos!
Albertina
Chraim
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