terça-feira, 25 de junho de 2013

214. FINO VÉU

Acreditando
Que o milagre viria do céu,
Cruzou seus braços 
Como linha em carretel...

Distanciou-se assim,
Entre a fé e o real...

E perdeu-se no futuro
Enleada  no passado...

E o tempo não  a perdoou    
Voou-se para bem longe...
  
Quando se deu conta
Estava presa as memórias...

Foi-se assim em longas datas
Envolta em fino véu...

Vestindo-se de Santa
Fazendo ponte entre a terra e o céu...

Mas um dia não muito distante
Acordou-se para a vida...

Ergueu-se nessa estrada
E curou suas feridas.


Albertina Chraim

segunda-feira, 24 de junho de 2013

213.ALGODÃO


Internas-te em teus pensamentos
Oprimindo-te o peito...

Temendo tuas verdades,
Imaginárias, as tornas perfeitas...

Fechas-te em ti mesmo,
Como forma de suportar-te...

E as realidades a tua frente
As vê em sofrimento...

Começa-se assim
Teu sentimento de angustia...

Buscando entender
A vida,
O quanto pesa,
O quanto custa...

Não se martirize
Para não ter decepção..

Se, hoje a vida e dura
Amanha!
Algodão.

Albertina Chraim

domingo, 23 de junho de 2013

212. POVO BRASILEIRO


E as feras feridas
Protegeram suas crias,
Rebelando-se em desordens
Naquele fim de dia...

Não era nem tão tarde
Que pudessem ofuscar-lhes
O brilho...

Mas o povo veio a forra
Como quem crava-lhes ao peito
Um punhal de consciência
Na busca da cidadania...

Não se calaram as vozes
De toda uma nação...

E emudeceram
Os senhores
Escravagista da população...

Feitores,
Tiravam-lhes os leitos
Da saúde...

E cruéis rasgavam
A cartilha da educação...

A segurança era a chibata,
As trincheiras,
O próprio cidadão...

E embora ainda jovem
O povo joga-se ao chão
Para separar o joio do trigo
E diferenciar o que é confusão...

Foi assim naquele dia
O marco de nossa historia...

Não se fala desse ou daquele,
Dos que precisam ir embora,

Apenas  estavam na busca
De um futuro com mais gloria...

Sem que usurpem nossos direitos
Ou subestime nossa razão...

Não foram  os nobres que foram a luta
Como escudos de seu  país
Foram todos os Brasileiros
Que buscaram um pouco de paz...

Se a desculpa foi o passe livre,
Temos que agradecer,
Foi diante de tal movimento
Que o gigante despertou,
Para um novo amanhecer...

Não deixemos que morra
Essa dita confusão.
Em meio ao caos
Talvez encontremos a solução...

Não há promessas que se sustente
Se não haver mudanças,
Abrindo o caminho
Iniciante de uma nova era
Para a releitura da Constituição...

Toda luta é inglória
Se passivo for seu povo...

Estar de volta as ruas,
Não pode ser rebelião.
Vamos hastear nossas bandeiras
Como que pisa firme ao chão...

Não  deixemos que se calem
Os anseios desse povo,
Que tem direitos humanos
Fundamentados  na liberdade de expressão...


Albertina Chraim

sábado, 15 de junho de 2013

211. POTÊNCIA DA VIDA



Dou-me sentido à vida
Para não perder os sentidos...

O peso,
Eu me dou
Para que a vida não me pese...

Levo minha vida
Antes que a vida me leve...

Meço minha vida,
Antes que a vida me meça...

Em cada metro quadrado
De minha dimensão...

Há centímetros de afeto
Nas léguas da ilusão...

E nas medidas da vida,
Há um complexo coração...

Com quilowatts de potência
Quando se envolve
A paixão...

É essa potencia da vida
Que muitas vezes nos apresenta,
Desmedida, sem noção.


Albertina Chraim



terça-feira, 11 de junho de 2013

210. AS VARIAS MARIAS QUE HA EM CADA MULHER


Há as Marias das Graças,
Há as Marias das praças...

Há as Marias das Dores,
Há as Marias de tantos amores...

Há as Marias ordeiras,
Há as Marias chuteiras...

Há a Maria mãe de Deus,
Há as Marias somente de Jesus...

Há as Marias Madalenas,
Há as Marias da Penha...

Há as Maria Abadias,
Há as Marias vadias...

Há tantas Marias no mundo,
Senhoras soberanas...

Há as Marias da Graça,
Há as Marias bacanas...

Há as Marias Lúcias,
Há as Marias lúcidas...

Marias!
Símbolo de garra,
Perigosas quando inimigas...

Há as Marias Vitórias,
Há as Marias  das Glorias...

Em todas as Marias do mundo
Há varias formas de Mulher
Ou simplesmente,
Marias!

Albertina Chraim



segunda-feira, 10 de junho de 2013

209. O BANCO DA PRAÇA



Lá estava o banco da praça,
A mirar a moça
Que passa com graça...

Sozinho, e sem graça
Vive o banco da praça...

A escutar os namorados
Vendo a vida com mais graça,
Sentados no banco da praça...

Lá estava o banco da praça
Catando segredos
De quem vai à praça
Encontrar um amor,
Por trás das vidraças...

E o banco da praça
Que parece sem graças
Registra tantas histórias de amor...

O banco da praça
Solitário e sem graças
Guarda tantos segredos
Da vida que passa
Num banco da praça.



Albertina Chraim

domingo, 9 de junho de 2013

208. O LOUCO E O INSANO


E o louco apontou estrelas,
Em plena luz do dia...

O insano cortou-lhe os pulsos,
Com sua arma fria...

E o louco a contar histórias,
De pirilampos e querubins...

O insano cortou-lhe a garganta
E nas fantasias deu-lhe fim...

E o louco rindo de si,
Dos amores e dos sonhos...

O insano despertou-lhe
Com um balde de água fria...

Que incoerência esses dois,
Que de humanos também se vestem...

Um alcança as estrelas,
E o outro, na vida padece...

Ah! Se todos os insanos,
Respeitassem a loucura...

Os loucos construiriam seu mundo
Sem ódio, sem opressão,
Sem estar os insanos,
A tirar-lhes  a razão...

Se, loucura fosse doença
Haveria uma cura...

Se, insanidade for sapiência,
Todo insano morrerá tosco,
Sem que  um louco consiga
Amaciar seu coração...


Albertina Chraim

207. O PREÇO DO AMOR



Que teu dia seja sereno como a lua,
E a noite te enamore como o sol...

Que teus pecados sejam perdoados,
Como a dor  que cai esquecida no outro dia...

Que tuas virtudes sejam compreendidas
Com o a paz que a julgas merecida...

Que as promessas  não sejam apenas compromissos,
E que o compromissos sejam tuas  promessas...

Que as juras não sejam em vão
E que os mal dizeres caiam no esquecimento...

Que tua pele não se enrugue
Naqueles  olhos que somente via um coração...

Que todos os dias sejam o começo,
E que o amor permaneça repleto de ilusão...

E as entregas que fizeres,
Ao amor em comunhão,
Deixe  marcas  de saudades
Quando longe do coração...

Se não for para perdoar,
Na  busca da razão,
Desaprenderás  desapegar-se
Das carências da emoção...

Olhe em seus olhos,
Enxergando aquela paixão
De ter um dia jurado amor
Que levou a união...

Não penses que é difícil
Reescrever a mesma historia
Com as letras do passado
Que despertou tantas sensações...

Acalme-se nesse momento
De turbilhão em  tua vida,
Vai ver que lá na frente,
Não justificaria a despedida...

E se for para ir embora
Não precisas  magoar-te
Pois se não foi o para sempre
E hora de reencontrar-te...

Vá!
Não desista,
É apenas o começo
De uma historia de amor,
Que como todas tantas outras,
Tem seus tropeços,
Mas também tem seu  valor...


Albertina Chraim