domingo, 9 de junho de 2013

208. O LOUCO E O INSANO


E o louco apontou estrelas,
Em plena luz do dia...

O insano cortou-lhe os pulsos,
Com sua arma fria...

E o louco a contar histórias,
De pirilampos e querubins...

O insano cortou-lhe a garganta
E nas fantasias deu-lhe fim...

E o louco rindo de si,
Dos amores e dos sonhos...

O insano despertou-lhe
Com um balde de água fria...

Que incoerência esses dois,
Que de humanos também se vestem...

Um alcança as estrelas,
E o outro, na vida padece...

Ah! Se todos os insanos,
Respeitassem a loucura...

Os loucos construiriam seu mundo
Sem ódio, sem opressão,
Sem estar os insanos,
A tirar-lhes  a razão...

Se, loucura fosse doença
Haveria uma cura...

Se, insanidade for sapiência,
Todo insano morrerá tosco,
Sem que  um louco consiga
Amaciar seu coração...


Albertina Chraim

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