sexta-feira, 30 de novembro de 2012

160. ERRANTE



Entre o céu e a terra
O mistério há de rondar...

Em forma de borboletas
Da flor, o néctar roubar...

Entre o céu e a terra
O mistério há de rondar

Em forma de brisa leve
Em ventania se transformar...

Entre o céu e a terra
O mistério há de rondar...

Em forma das marolas
As ondas, do mar agitar...

Entre o céu e a terra
O mistério há de rondar...

Em forma de feto,
Num ventre materno
Um humano a se formar...

Entre o céu e a terra
O mistério há de se formar...

Em meio as estrelas
A escuridão da noite a assustar...

Entre o céu e a terra
O mistério há de rondar

Em forma de tormenta
As águas da chuvas  no sola a inundar...

Entre céu e a terra
O mistério há de rondar...

O que transforma o amor em ódio
No coração do homem vingar-se.
Albertina Chraim

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

159.O REFRÃO



Ah!
Me perguntas
Como escrevo,
E de onde vem tanta inspiração...

Mas a resposta, não é tão simples
Pois escrevo  com a conexão entre
Minha alma e teu coração...

Escuto tuas dores
E busco a razão...

Estrebucho tuas marcas
E traduzo nelas ,
O refrão...

As  projeto no papel,
Grafando com variadas cores...

No tom das diversas tintas
Que muitas vezes tingem
Minhas próprias mãos...

Pois  o que de ti escuto
Não me é desconhecido...

Pois as almas são conhecidas
Mudando apenas o corpo
Que suporta nossas entranhas
Em forma humana...

Nossas marcas,
São eternas,
Nossas     vidas,
Singulares....

Por isso uso o poema
Bordando  em forma de palavras
As escutas que faço de teu coração.

Albertina Chraim

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

159. AS MENTIRAS DA VERDADE


Cato em tuas palavras,
Um tanto de mentiras
Que as usas para sobreviver
Entre as verdades de tua vida...

Te alastras na ilusão
De que amar não vale a pena,
Pois em tua parca passagem
O amor não te poupou
De ferir tua alma,
Mesmo ainda pequena...

Não desanimes, pobre mortal!
Pois vive-lo ainda vale a pena
Mesmo que um dia o cupido,
Te mostrou a duras penas...

Que esse tal amor,
Que nos leva as alturas
E o mesmo sentimento
Que nos derruba na amargura...

Preserve nas lembranças
Os momentos de alegria,
Que o encanto te proporcionou
Como se fossem eternos os dias...

E assim ao sublimar
As verdades das mentiras,
Quem sabe amor floresça
De novo em tua vida...

Não te entregues na desilusão,
De que amar não vale a pena,
Pois somente quem já amou
Entenderá que na vida só há sentido ...

Quando esse sentimento,
Um dia nos visitou,
Mesmo nos deixando ferido.

Albertina Chraim

terça-feira, 27 de novembro de 2012

158. PREFÁCIO



 Você que acordou,
 E não sabe o que fazer...

Olhe em torno de si
E comece a perceber...

Cada passo que te autorizas
A podar ou seguir em frente...

São tomadas de decisões
Que ganhastes de presente...

Ao sair desse lugar
E dar chance à vida...

É como se permitisses
A curar tuas feridas...

Então!
Não procures condenar-te
Nas celas de tuas histórias...

Pois a vida continua
Mesmo para quem decide...

Estagnar-se
Em seus conflitos como se fossem eles
A trava de tua prisão...

Não desista de existir
Pois assim é muito fácil...

Abaixar a cabeça
Já nas primeiras escritas de
Teu prefácio.

Albertina            

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

157.OS MISTÉRIOS DA PAIXÃO



Passeando pela vida
A beira do caminho,
Encontro-me  comigo mesma...

Soberba a passar,
Ao longo dessa estrada...

Deixando em tantas trilhas
As marcas de minha jornada...

Agora bem mais segura,
Dos passos que pretendo dar,
Reflito sobre os lastros
Que ate aqui, me fez chegar...

Algumas vezes sob as estrelas,
Com seus brilhos  a me iluminar.

Outras trilhas foram  no breu da madrugada,
Com a escuridão a me assustar...

As tardes anunciavam as noites
Com os pirilampos a me saudar...

Mas foram nas manhas de cada dia
Que via a vida recomeçar...

Descobri o que é o amor.
Noutras vezes,
Feri-me nos espinhos de uma flor...

Vi nos olhos de tantos velhos
O cansaço da solidão...

E no sorriso da criança
O sabor da ilusão...

Seguindo por essa vida,
Sem saber onde vai dar...

Vou desvendando em cada curva
Os mistérios da paixão.

Albertina Chraim

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

156. TUA VIDA, UMA GAIOLA



Ah! Se soubesses
Que a guerra não vale à pena...
Não perderias tanto tempo
Planejando coisas pequenas...

Se a você coubesse
A sabedoria do bem viver,
Aproveitarias melhor a vida
Antes de morrer...

Quem planeja mal para o outro
Vingando-se do desafeto...

Corre risco de abortar-se,
Antes de tornar-se completo...

Este mundo de violência
Amedrontando a humanidade
Faz com que todos fiquem presos
Ao privar-nos a liberdade...

Se a democracia é povo livre
Como aprendes –te na escola!

Reflita se vale à pena
Tua vida em uma gaiola...

Se não fosses banido
Do convívio da sociedade

Quem sabes serias um doutor,
A salvar a humanidade.

Albertina Chraim

domingo, 4 de novembro de 2012

155. O PRAZER PELA LEITURA


Muitos dizem que ler é tudo,
Outros dizem que um livro é fundamental...

Ainda se escuta que a leitura, transforma o homem
Num Ser fenomenal...

Deixando a falsa idéia que,
Todo leitor é maioral...

Do que vale uma enciclopédia ambulante
Se não aprendemos a fazer escutas?

Paremos então de hipócrisia ,
Pois um livro apenas trás
Tantas histórias, muitas pesquisas,
Ou quem sabe algumas prosas,
Em forma de poesias...

Revela saudades guardadas em letras,
Trás verdades em forma de fantasias,
Guarda as historias esquecidas no tempo,
Conta segredos jamais revelados,
Esconde os medos por trás das palavras,
Escritas ou apagadas...

Então, não devemos impor a leitura,
Como se fosse ela, a salvação,
Pois o maior desejo de ler
Deve vir sempre do coração...

De nada adianta jogar
Um livro de mão em mão
Se não despertar na criança uma leitura
Em forma de oração...

Somente assim, prezados adultos,
O desejo de ler invadirá a emoção
Pois devemos juntos com as crianças
Já nas primeiras páginas da vida,
Despertar a ilusão
De que ao folhear um livro
Estaremos pisando em outra dimensão...

Não se iluda de que todo leitor
Sabe fazer a lição
Pois a maior leitura da vida
É saber conviver com a ilusão...

Subliminar as descidas
Não voar além da imaginação...
Pisar em vários territórios
Mesmo sem sair de sua nação...

Vamos ensinar nossas crianças
A saber, fazer escutas
Pois somente parando para ouvir o Outro
Interpretaremos a razão...

O livro esta para o leitor,
Como a bola para o jogador,
O bisturi para o médico,
O arado para o agricultor,
A caneta para o escritor...

Somente com prazer pela leitura
A criança poderá perceber o valor
De um livro em suas mãos...

Vamos estimular a leitura
Primeiramente de forma coerente
Pois é dentro dos livros que podemos
Pegar o mundo em nossas mãos.

Albertina Chraim

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

154.NOSSAS ESCRITAS


Talvez eu nunca mais escreva
Temendo rasurar
As páginas alvas de nossas vidas...

Nas laudas em que me expus
Teu nome a grafitar,
Cravei com grafite, os sonhos...

E no papel a me delatar
Apaguei tantos rabiscos
Traçados em páginas brancas
Nas curvas de nossas escritas...

E hoje sigo virando as paginas
Escritas de  ilusão.

Albertina Chraim