sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

92.VÔOS DA JUVENTUDE


Canso-me de tantas coisas
Que meu corpo não mais suporta
Vou arrastando pela vida
Perdendo-me em memórias...

Dos tempos em que era moço
Cheio de atitudes
Decorava minha historia...

Escalava as montanhas
Fazendo algazarras,
No clamor da juventude
Alegrias e fantasias
Eram meus suportes...

Quando das noites fazia festa,
Das manhas o meu descanso,
Nas tardes raiava os dias
Das noites o remanso...

Hoje me desconheço
Diante das limitações,
A carcaça já não agüenta
Tantas badalações...

Vou vivendo cada segundo
Como quem leva pela mão
As bagagens da vida
E suas recordações...

Se soubessem esses moços
Que a vida não é perene
Poupariam mais o corpo
De tantas exposições...

Da tez poupava-lhe o sol
Do coração amaria mais...

Das lembranças como porta retratos
Somente as boas ilusões...

Pois ao envelhecer
Perde a carne
Se ganha a memória...

Em forma de saudade
Do tempo em que era moço
No auge da juventude...

Agora quando velho,
Olhando para vida
Espreita-se na janela
As historias do passado...

Então vamos aproveitar
Cada segundo
Como se fossem os minutos
O maior bem do mundo...

Pois se aprende que tudo passa
E que poucas coisas valem apena...

E que nada justifica
Jogar com a liberdade
Como se ela sustentasse
O peso da idade...

Pois são as asas da velhice
Que suportam as conseqüências
Dos vôos da juventude...

Albertina Chraim

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