quarta-feira, 9 de maio de 2012

128. BAU DA SAUDADE



Caminhando por uma estrada
Sentou-se à pedra que encontrou
Logo adiante...

Olhando para trás
A mirar a sua sina
Revê o seu passado
Como se fosse memórias
Póstumas ainda em vida...

Reencontrou a própria infância
A correr de pés no chão
A brincar de pique esconde
E carrinho de rolimã...

Num dia de sol nascente
Encontrou bela mulher
A amou a qualquer preço
E a chamou de seu amor...

Lançou filhos ao mundo
E com sentimentos tão profundos
Venceu a barreira do tempo
E tornou-se ancião...

Envelhecida sua pele
Que agasalhou sua vida
O homem agora franzino
Revê por essa estrada
Sua historia ainda em vida...

Sem tempo para lamento,
Vai viver o que lhe resta
De sua vida nesse terreno...

Se foi infeliz, pouco importa
Pois o que restou de sua historia
Ficou perdido no tempo...

Não carrega mais tantas chaves,
Nem segredo se recorda
Seus pecados mais profanos
Hoje pouco lhe importa...

Ao sentar-se nessa pedra
Já cansado da caminhada
Resgata no tempo, sua historia...

Se existiu já nem se sabe
Mas o que resta de sua historia
Fica guardado no baú saudade.

Albertina Chraim

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