domingo, 12 de agosto de 2012

145. MEU PAI


MEU PAI

Talvez ontem eu não entendesse teus apelos,
Que em tantos momentos me pareciam tão banais...

Porem agora, quase perto de ti,
Entendo que querias me dizer muito mais...

De teus bigodes retorcidos.
Enfrentando as tempestades...

De minha adolescência atrevida
Achando o Ser adulto, uma maldade...

Hoje, já bem madura,
Entendo o que de mim querias...

Seria tudo muito simples
Se não fosse minha rebeldia...

De filha atrevida,
Acreditando ser breguice a idade...

Então meu querido Pai,
Talvez eu nem te mostre este escrito...

Mas, lembre-se que em cada abraço que te dou,
Mesmo em silêncio,
Agradeço-te todos os dias...

Poder ouvir tua voz,
Sentir teu cheiro,
Ou simplesmente conversar contigo...

Acariciar tua pele enrugada,
Servir teu café,
Buscar teu chinelo,
Pedir-te a benção,
E poder dizer-te que
Amo-te cada vez mais...

Não é amor incondicional,
Nem amor interesseiro,
É um amor tão puro,
Que me faz sentir-te em qualquer lugar

Se um dia me atrevi,
Não querendo te entender,
Hoje sei que me ensinaste
A crescer...

Se tuas frases prontas
Causavam-me aversão
Hoje as reproduzo para meus filhos,
Repetindo a lição...

Albertina Chraim               

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