domingo, 15 de junho de 2014

266. HOJE


Especialmente hoje,
Encontrei-me com poetas...

Olhei em suas voltas
Cada um proprietário de suas poesias...

Umas falavam de Deus,
E outras revelavam nas entrelinhas,
Tantas fantasias...

As que falavam de Deus,
Veneravam o divino...

Mas, quem buscou a fantasia...
Perdeu-se no caminho...

Hoje,
Uma criança definia-me o amor,
Falando-me em boca pequena
...O amor é quando a gente bota as necessidades do outro acima das da gente...

Eu hoje,
Também vi poesias
Sepultadas em folhas,
Jogadas no relento...

Aqueles versos soprados,
Giravam na calçada
Como hélices de um cata vento...

De cada linha que se arrastava,
Caiam delas as palavras,
Que um dia se firmaram em estrofes...

E no tempo úmido e frio,
Impiedoso naqueles versos
Nem o vento os sucumbiu...

E as palavras que rolavam com o tempo,
Esparramavam-se por sobre a grama
Os traços do autor...

Que solitário,
Descuidou-se um dia,
De seus versos...

Então, nesse dia,
Mesmo em meio à ventania
Respirei a poesia...

Contrariando a força do vento,
Ouvindo dos poetas os lamentos,
Ou catando na voz pequena de uma criança
Ou juntando na grama verde
Aqueles versos.

E nesse dia,
Lá estava eu embebida.
Em poesias.

Albertina Chraim


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