terça-feira, 13 de maio de 2014

262. TÚNEL DO TEMPO


Encontro-me com o tempo,
Em questão de segundos,
Ao mirar-me feito espelho
Caminhante pelo mundo...

E nas linhas de tantas cidades
Entre o antigo e a modernidade...

No clarão do dia,
A meia luz,
Ou no olhar noturno...

Cada chão em que piso
Encontro-me com o inusitado...

Rebobinando-me em horas
Enroladas no passado...

E de minhas janelas,
Olhando-me para dentro...

Observo-me na platéia
Como nas grades de um detento...

Os tantos momentos do avesso
Passando por  essa tela...

Alguns sorrisos disfarçados,
Outros tantos escancarados...

E assim, por alguns segundos
Retorno ao túnel do tempo...

Revivendo o que senti,
E o que havia sublimado...

É tudo tão engraçado,
Parece-me não ser eu...

E entre o tempo e o espaço,
O aqui e o agora,
A verdade e a mentira,
A ligeireza e a demora,
Há tantas  lacunas...

E me dou conta,
Somente agora.


Albertina Chraim

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