domingo, 2 de março de 2014

253. SOMBRA








Parte de mim que não existe,
Neste plano em que piso...

Mas. que surge de repente
Trazendo para a realidade
O que me resta de juízo...

Persegues-me lado a lado
Como fagulhas de mim mesma,
Contornando minha alma
Retratando minhas incertezas...

Em movimentos dilacerados
Pela luz da existência
Lanças meu corpo ao solo
Em forma de traçados,
Revelando minha inconsciência...

Tuas linhas nem tão retas,
Guardam meus segredos
Escondidos entre os traumas
As dores e os medos...

E ate o mais passivo dos homens
Ë lançado rente ao solo
Marcado como morto
Muito embora esteja vivo...

É meu lado obscuro
A desenhar minha alma 
Revelando-se em formas monstruosas
Aquilo que insisto manter escondido...

Irma bastarda de meu corpo
Que ereto se prende a vida
Enquanto ela a sombra,
Deita-se em minhas trilhas
Revelando os porões
Das historias de minha vida...

Enquanto  as memórias
Os restos busca esconder,
Vem à sombra deitar-se a minha frente
Jogando-me na cara que -
Se te apresentas plácido e descente
Ela vem revelar-te monstruosa
Feito brasa incandescente.

Albertina Chraim


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