Se pudessem voltar-me
Para dizer-me como estão...
Talvez desvendassem o mistério
Que ha nesta imensidão...
Quem sabe assim nos diriam,
Apenas como é lá...
Falar-nos-iam um pouco
Deste espaço pós vida...
Que usurpa-nos os braços
Não nos permitindo mais abraçar...
E no ontem que esteve aqui,
Parece ter sido tudo mentira...
Um sonho!
Uma lenda!
E no hoje que nos é real
Deixa-nos o rastro da incerteza...
Será que tudo que existiu, foi real?
Ou foi apenas ilusão
E o que restou foi material?
E as brincadeiras que pensamos ter brincado,
As falas que acreditamos ter ouvido,
Os olhares que trocávamos,
Foram como se nunca,
Jamais tivéssemos vivido...
E hoje ao olhar os retratos
Que congelados parecem fitar-me...
Passam-me uma paz tão grande,
Como se viessem me visitar...
Dizendo que estão felizes
Neste novo plano...
Mesmo que não estivem em seus planos
Tão cedo nos deixar...
È fácil degustar o sabor da perda,
Pois o que mais dói nessa historia
E a dor da ausência...
É um vazio que não tem como ocupar
Nesse espaço oco do universo..
E assim que defino
Quando perdemos o que temos por perto...
Resta-nos a olhar os pertences
Cobertos de seus mistérios...
Se pudessem-me voltar
Para apenas contar-me
O que há por lá...
Talvez preenchessem o vazio
Que há nesta multidão..
Quem sabe, apenas uma vez bastasse,
Um olhar!
Um ultimo sorriso!
Mas, no agora,
O que nos resta são apenas os retratos
Que parecem em movimento
A nos sorrir,
A nos confortar.
Relembrando os momentos
Que ficaram congelados no tempo.
Albertina Chraim
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