sábado, 23 de agosto de 2014

270 - RECORDANDO OS TEMPOS


Se pudessem voltar-me
Para dizer-me como estão...

Talvez desvendassem o mistério 
Que ha nesta imensidão... 

Quem sabe assim nos diriam,
Apenas como é lá...

Falar-nos-iam um pouco
Deste espaço pós vida...

Que usurpa-nos os braços
Não nos permitindo mais abraçar...

E no ontem que esteve aqui, 
Parece ter sido tudo mentira...

Um sonho!
Uma lenda!

E no hoje que nos é real
Deixa-nos o rastro da incerteza...

Será que tudo que existiu, foi real?
Ou foi apenas ilusão
E o que restou foi material?

E as brincadeiras que pensamos ter brincado,
As falas que acreditamos ter ouvido,
Os olhares que trocávamos,
Foram como se nunca, 
Jamais tivéssemos vivido...

E hoje ao olhar os retratos
Que congelados parecem fitar-me...

Passam-me uma paz tão grande,
Como se viessem me visitar...

Dizendo que estão felizes
Neste novo plano...

Mesmo que não estivem em seus planos
Tão cedo nos deixar...

È fácil degustar o sabor da perda,
Pois o que mais dói nessa historia 
E a dor da ausência...

É um vazio que não tem como ocupar
Nesse espaço oco do universo..

E assim que defino
Quando perdemos o que temos por perto...

Resta-nos a olhar os pertences
Cobertos de seus mistérios...

Se pudessem-me voltar
Para apenas contar-me
O que há por lá...

Talvez preenchessem o vazio
Que há nesta multidão..

Quem sabe, apenas uma vez bastasse, 
Um olhar!
Um ultimo sorriso!

Mas, no agora,
O que nos resta são apenas os retratos
Que parecem em movimento
A nos sorrir,
A nos confortar.
Relembrando os momentos
Que ficaram congelados no tempo.

Albertina Chraim


Nenhum comentário:

Postar um comentário