(este texto poesia foi feito de uma escuta entre uma mãe
e um menino de 14 anos que queria ir para uma balada)
Mãe deixa eu ir,
Custa só quinze real...
Mas, não pode meu filho,
Isso não é legal...
Mas, mãe tu és careta
Tas cortando meu barato...
A mãe de meu amigo
Já deixou
Ela é legal...
Mãe deixa eu ir custa só
Quinze real...
Meu filho não insista
Tu ainda é de menor...
Não entendes que ainda é cedo
Pra ficar tarde na rua...
Não posso permitir
Que acostume com esse mal...
Já basta as noticias
Que eu vejo no jornal
Mas mãe me deixa ir
Tu sempre foi legal...
Se eu não vou,
Meus amigos vão me zoar...
Mãe deixe eu ir
Custa só quinze real...
Mas meu filho não insista
Isso não paga tua segurança...
Escova os dentes vai dormir
Pois tu ainda és criança...
Mas, mãe tu já me disse
Que eu sou é bem grandinho...
Então me deixa ir
Me faz esse carinho...
Não insista seu moleque
Vai primeiro aprender...
Que na vida
Não se pode
Ter tudo o que se quer...
Eu na tua idade
Nem pensava em sair...
Ajudar os meus pais
Era o melhor compromisso...
Mas que saco esse papo
De me comparar
Com tua infância...
Meu filho fique você sabendo
Que quando eu era ainda criança...
Eu corria nas campinas
E a benção eu pedia
Agradecia aos meus pais
Ter me dado uma família...
Mas, mãe não tenho culpa
Se você não me ensinou
A ser obediente
Como você à meu avô...
Agora tu que aguente
A minha má criação...
Quem mandou ser negligente
Não sabendo me educar...
Se tu pedias benção
Eu nem sei o que é isso
Só sei que eu vou sair
Vou no show com meus amigos...
Agora já estou atrasado
Para o meu compromisso...
Se faço coisas da tua época
Vou me tornar um bundão...
Então já estou indo
Não sei que horas volto...
Esta bem meu filho,
Você me convenceu...
Vou deixar a tranca aberta
Trate de não me acordar
Obedeça a sua mãe,
Não se meta em confusão
Pois você ainda é pequeno
Pra saber se defender...
Mamãe antes de dormir
Vai fazer uma oração
Pra Deus te proteger
Não te deixar sem proteção.
Albertina Chraim
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