sexta-feira, 28 de outubro de 2011

20. O TEMPO E A VIDA


Com olhar ainda perdido
Feito vento no horizonte
O feto chega ao mundo
Meio ao choro de criança...
Do ventre,
Veio escrever seu destino
E no vácuo do humano...
Mal sabe que nessa vida
Se tornará um ser pensante...
Agasalhado pelo mistério
Que envolve o céu à terra,
Como caixa de pandora
Apresentar-se aos elementos...
E a criança isolada
Como ente separado
Olha o resto do universo
Como um pasto descampado...
Vai plantar e vai colher.
Não importa em qual ordem,
Vai ser feliz e vai sofrer
Ate encontrar-se humanizado...
Na metade do caminho
Com passadas já mais firmes
Vai brincar de juventude,
Como fieira envolta
No eixo de um pião...
E em meio ao crescimento,
Com alegria ou lamento
A criança agora jovem
Vai traçar o seu destino...
E mais tarde quando adulto,
Já livre da opressão
Amplia seus sentimentos
Com um amor no coração...
Ao atrelar-se a beleza
Dos traços da companheira
Segue nessa trilha
Com um amor no coração...
Vai seguindo seu destino
Ao aprender a fazer humanos...
Agarrado a um pedaço de sua vida
Vê repetir-se a mesma cena
Daquela noite serena
Quando o mundo o recebia
Com olhar ainda perdido
Feito vento no horizonte...
E o menino que chegou ao mundo
Meio aos prantos de infante
Cresceu no ventre da vida
A escrever a sua historia...
E agora o homem já velho
E desta vida já sabida,
Entrega o cetro para o filho
Dar seguimento á sua trilha...
E o tempo debochado
Deste homem em despedida
Que já brotou, e já colheu
As historia de uma vida,
Vai marcá-lo como sendo
A próxima partida...
Mas que tempo desgraçado
Que ao homem não perdoa
Se deu, porque que tira
As experiências de sua sina?
Se o tempo soubesse
Como é dura essa partida
Perdoaria os homens.
Não lhe tiraria jamais,
A vida.


Albertina Chraim

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