sexta-feira, 28 de outubro de 2011

15. A MALA



Mal chegas e vais embora
Anunciando a partida
Deixando-nos as lembranças
Que engrandeceram nossas vidas...

És chegadas,
És despedida
Pois em todos os campos que aportas
Exalas teu perfume
De mulher em retirada...

Das fortalezas em que buscas,
Em todo o porto que aportas,
É na solidão de uma ilha que
Que registras em teu diário
A solidão de uma filha...

Vives sempre em retirada,
Como quem a não se importar com quem fica.
Pois acreditas que é a saudade
Que alimentas a tua vida...

Vai firme,
E seja forte
Não temas tuas decididas
Pois quem acomoda sua mala
Nos cantos de sua vida
Nunca saberá se a dor é de quem vai
Ou se a dor é de quem fica...

Se um dia aqui chegastes
E no outros armasses a partida
Foi para que pudesse aprender
Que o mundo é pequeno,
Porem grande é nossa vida,
De poder em cada tempo
Desvendar novos horizontes...

Vai amiga
Vai sem medo
Vai regar novos campos
Pois o tempo que aqui ficaste
Fertizando nossos pastos,
Fizeste brotar
Em nosso jardim
As flores de teu encanto...

Mas não esqueças de retornar
Como quem sentiu saudades
Deste povo que te acolheu...

Entregamos-te esta mala
Com a certeza que um dia
Vais voltar com tua bagagem
Brindando-nos com o prazer
De reabraçar tuas risadas...

Estaremos aqui te esperando
Como quem quer brincar
De saber das novidades
Das historias de tua nova vida
Que levas em tua bagagem
Dos novos mundos a desvendar.


Albertina Chraim

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