quarta-feira, 2 de novembro de 2011

46.SOBRE OU SOB A ESCRITA



Mesmo que as letras,
Arranquem do escritor
A sua alma,
Paira no deserto do homem os mistérios
Que submergem na superfície da escrita...

Sobre a escrita o silêncio verbera
Em forma de notas claras, que
Há algo sobre nos,
Além do universo...

Sob a escrita,
Há o encontro com o impossível,
Que acima de qualquer jurisdição desbrava
O  que distância o homem real, do imaginário, 
Subtraindo  seus segredos ao espalhar no espaço sideral
O eco de sua intimidade...

Escrita é como vida desgovernada, 
Sabe  que veio, mas não sabe à que veio
E  nem onde vai parar...

Sobre a escrita,
O  silêncio verbera em forma de notas claras que,
Há  algo sobre nos,
Além do universo...

Como quem domina fluentemente
Os idiomas que conversam os  continentes, 
O  autor  desperta sobre a escrita,
Um feixe de luz ao abandonar os  porões  de sua nau humana...

Trás à superfície seus anseios e seus temores,  
Mas,  também emergem da escrita
As favas que amenizam suas dores...

Na superfície da escrita,
O homem transcreve seus anseios,
Com a responsabilidade de proteger sua alma..

Pois sob a escrita,
Habita seus segredos,
Seus medos,
Seus  desejos...

Sob a escrita
Esta o anseio incontido de buscar
Algo desconhecido em sua essência,
No encalço de si mesmo...

È na Oficina desta Escrita
Que  nos fizemos escritores,
Ao reconhecer os sintomas,
Que inebriaram durante anos  nossa própria escrita...

Pois no ato  da escrita,
Transita  o ego que agora jaz em  nosso  inconsciente...

Escrever é voltar ao remoto passado
Sem direito de olhar para trás...

Então, sobre a escrita
Aterrissa  a historia do homem nunca dantes revelada,
Que pela ânsia de desvendar-se trás  a tona
As marcas da singularidade de cada Eu...


Sobre ou sob
A escrita.
Albertina Chraim

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