quarta-feira, 2 de novembro de 2011

43. MINHA ESTRADA



Caminhando pelas  trilhas, 
Com o pé desnudo rente ao chão...
Quando criança,
De pedra em  pedra,
Não imaginava que  em cada passo
Havia uma lição...
Ainda pequena a brincar
Pelas matas eu vivia
A correr com as  borboletas, 
Na busca de fantasia...
Se borboletas batem  asas, 
São  brancas, lilases  ou azuis,
Eu em minhas fantasias voava  com elas,
Como  o vaga-lume carrega sua luz...
Quando  jovem, era mais estranha, 
Essa tal caminhada
Onde no  meio do caminho, 
Os abandonos eu  fazia...
Já não via nas borboletas  
Os matizes das cores
Pois aprendi  na adolescência, 
Que a  vida tem dissabores...
Entregava-me a refletir 
O que era certo ou errado...
Em cada passo que  firmava, 
Deixava para  trás aqueles lindos dias...
Se a infância se afastava, 
A consciência me desejava....
Forasteira!
Bom dia!
Nessa fase de descobertas, 
 que era real ou fantasia
Foram ficando mais evidente...
Quanto mais  eu  amadurecia,
Menos certeza eu sentia
Daquilo do que eu era capaz, 
Ou  do que o outro de mim exigia...
E assim passaram anos, 
A viver de incertezas
O que era seguro  eu não queria 
E a aventura me seduzia...
Então passaram mais anos, 
E o mundo foi rodando...
Aprendi que nesta vida, 
Em qualquer direção...
Se não descobrirmos o que é o amor,
Não aprenderemos a lição...
O mundo  é pequeno, 
Porém grande é o humano
Que  nos anos de  sua vida, 
Meio tantas transformações...
Não perde sua  essência, 
Nem tão pouco a ilusão,
De quando na  inocência,  
Convivia  em harmonia...
A voar com as borboletas, 
Desfrutando os lindos dias...
Sem nenhuma direção
Subia e cada pedra
Alcançava a fantasia...
E agora em outra era, 
Outro ângulo e outra esfera
Faz da vida uma espera...
E as coisas que ontem eram  importantes, 
Com o tempo foi se perdendo
É o instante em que vivemos.
Se das revoltas eu vivia 
E das magoas eram lembranças
De meus pais apenas escondo 
Meus segredos de infância...
Os  irmãos eram como filhos
Que pensava protegê-los...
Dos amigos tenho o zelo  
Do  prazer em conhecê-los...
Do parceiro agradeço
Nossos preciosos momentos 
E do presente que ganhei 
Ao nascer nossos rebentos...
 E a Deus agradeço por em meus filhos
 Estar meu firmamento...    
E agora mais consciente, 
Do que posso ou desejo
Numa fase em calmaria
Me dou o peso que mereço...
Já  não falo de auto estima, 
Nem se amo  ou sou amada...
Apenas consagro  nesta vida, 
O que pra mim foi planejado.

Albertina Chraim

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