terça-feira, 1 de novembro de 2011

40- SEGREDOS




Revelar os segredos,
Perceber os sentidos, 
Descerrar os olhos do espírito,
Ouvir a voz da consciência...
Seria essa a efemeridade da escrita?
Um pensamento transitório
Que  vacila entre a realidade e o desejo de libertar o inconsciente  
Em forma de grafismo...
Entre linhas curvas  humaniza-se os sentimentos, 
Transforma em legitimo o que há de mais fugas...
A inquietude transforma em realidade
O que foi desejado e consumido,
Envaidecidamente pelo escritor...
O pensamento desovado nas páginas escritas
Rolam entre os cantos das margens/vida...
E as linhas paralelas entre consciente e inconsciente
Tange o homem em páginas divididas...
Que poder é esse que dá ao jubiloso individuo
Deparar-se com o Outro da busca de si  mesmo?
Ao encontrar o  Outro até  então desconhecido, 
O  sujeito liberta  do pensamento
Tudo aquilo que vai esquecido...
Tal qual loucura insana,
Em forma de palavras profanas
O  homem se diverte com  a escrita,
Dessa vida leviana...
Revelar-se no papel,
Exige petulância,
De alguém que deseja libertar-se das inscritas mundanas...
No sobe e desce da escrita
Das linhas tortas de sua vida
O autor  escorrega seus segredos,
Livrando-se do desespero de condenar-se na própria escrita...
Libertar-se de seus temores
Trás para os palcos da vida seus  diversos atores...
De bandidos muitas vezes mocinhos,
De adultos as vezes criança,
Nas historias  realistas, 
Ou nos contos de infância...
Ao sentir tal liberdade,
Livra-se do medo de  escrever
E o que lhe era desconhecido autoriza-se a  conhecer...
Libertar-se de seus segredos,
Alivia a sua alma,
A escrita profetiza o protagonista de cada história...
Dar a luz  a escrita ,
É libertar das trevas as palavras prisioneiras
Das cavernas  misteriosas do  ventre da vida..
.E assim o homem segue a escrita
Como se fosse essa a única
Forma de não morrer.

Albertina Chraim

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