sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

71. NOBRE SENHORA


Parei para pensar quem sou,
Numa esquina que eu nem sabia que existia.
Olhei na direção do sol,
Encontrei-me como leiga,
A indagar á Sabedoria...

Quem sou eu nobre senhora,
Que peregrino por esses anos de tantas heresias?

Nobre senhora logo respondeu...

Nesta vida erma,
Tens consciência e supremacia
Teu caráter é intrínseco,
És feita de realidade,
Mas também de muitas fantasias...
 
Quando cálida,
Irradias amor por onde passas
Mas irada, 
És capaz de despertar em teu silencio
O mais feroz dos animais...

Quando amante,
Entregas-te aos doces prazeres.
Mas se desprezada,
Mergulharas nas profundezas
Das cavernas do humano...

Representas a generosidade,
Quando adoçada tua boca,
Mas se de amarguras te servem,
Tornas-te maldosa abrindo a porta do inferno...

Confias em teus próprios recursos
Pela plenitude de teus anseios
Em crer que da matéria se faz teu corpo
Mas é o espírito que contempla tua essência...

Tens o fogo, a terra, o sol e o ar
Como elementos nesta vida a te guiar...
Quando pisas em terra,
O fogo desafia teu destino
Mas é o  sol que  vai iluminar,
Quando te falta a respiração
Tens  ar a te ressuscitar...

À medida que tua alma cresce
Tornas-te mais audaz...

Em total escuta dessa nobre senhora
A desvendar minha alma
Descrevendo partes de mim
A  vi sumir por entre as nuvens
Com  um doce sorrido a se despedir...

Albertina Chraim

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