sábado, 17 de dezembro de 2011

65. ME FARTO


Me farto das palavras
Fragmentando minha vida...

Cubro-me de escuta do silêncio
Do que escrevo...

Releio cada frase
Com a ânsia de um algoz...

Abro os sentidos
Para dar sentido á leitura...

Das fagulhas em forma de palavras
Ouço os gemidos da alma
 A implorar a escuta...

Morro a cada vírgula
E ressuscito ao inebriar-me
Do cheiro impávido que
Os sentimentos me exalam...

Noites afora,
Reviro cada página,
Trago à tona a essência de cada escrito.
Palavras jogadas para fora da alma
Vestem de corpo o espírito...

Ondas fragmentadas
De pensamentos perdidos
Enrolam minha fala...

Ao decifrar o sentido destes escritos
Me pego a questionar
Para que serve tudo isso?

Albertina Chraim
            

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