terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

104. AUDÁCIA DO ESCRITOR


Busco no dicionário
As diversas definições
Para a palavra audácia...

Encontro-me com a definição do latim,
Sf.(lat. aldeia):
 “impulso da alma para atos difíceis ou perigosos...

Arrojo,
Atrevimento,
Denodo,
Ousadia,
Valor,
Insolência,
Petulância “...

Nenhuma dessas definições
Expressa o real significado
Do ruído da sonoridade
Que essa palavra me causa...

Esta sensação entra em confronto
Com o meu autoconhecimento...

Tal qual soldado em campo de batalha
Que dispara entre a destruição
E a reconstrução de minhas idéias,
Ao transformar em calmaria
Ou tempestades meus mais íntimos sentimentos...

 É essa sonoridade que adentra  
As profundezas de meus desejos,
Antes tão velados...

É com essa ‘audácia de escritor’
Que sinto despertar aos mais tímidos
A inveja.
.
Aos mais sensíveis,
 A comoção...

Aos mais fortes,
Talvez a ameaça...

Aos mais introspectivos
A expressão forjada de um medo
 Capaz de consagrar ao autor –
A sua obra...

Ao sair do anonimato me visto da coragem
 E assumo minha autoria...

 Audácia, talvez seja a expressão
De quem se arrisca a vingar-se numa folha em branco
As pegadas desses pensamentos
Até então, tão imaculados...

Pensamentos tão claros,
Ao mesmo tempo tão confusos,
Capazes de causar turbulências
Diante da escuta do Outro...

Clareza do que se fala em forma de escrita
E turbulência diante da autoria da própria escrita,
Reflexão para o leitor...

A audácia revela a engrenagem do escrever,
Já que escrever representa a ação da expressão de meus pensamentos...

Já não se faz tão simples falar da clareza do escrever,
Da confusão de esclarecer...

Aquilo que movimenta,
Interpela internamente,
Desacomoda-me...

Tira-me da tão velha conhecida zona de conforto...

E, assim,
Entre palcos e cenários imaginários
Lanço-me ao novo prazer de criar.
Albertina Chraim

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