sábado, 25 de maio de 2013

204. CALABOUÇO


Nem tudo é tão difícil que não mereça solução,
Cara feia,
Cara amarrada,
E como se, de azedume
Vivesse o coração...

Já bastam as doenças,
Que o corpo não te pede...

Então proteja tua alma
Das amarguras que te impedem...

Arrumar tuas gavetas,
Esticar a tua cama,
Limpar tuas vidraças...

São também formas de ver a vida
Do outro lado,
Com mais graça...

Se o stress te apoquenta
É de ordem positiva,
Pois pior que ter trabalho
E buscar sentido em vida...

Não invistas em problemas
Naquilo que é apenas situação...

Tua vida é muito mais que isso,
E apenas uma condição...

Ninguém fica por muito tempo
Num lugar que não suporta...

Pois se a desilusão for real,
Como num passe de mágica
Chutamos e abrimos a porta...

Tire esse pijama,
Que o corpo já não suporta...

Pois ao deitar-se na vida
Estarás renegando a sorte
De alguém que ganhou um dia
O dom de ser forte...

Se por pouco te deprimes
Incompetente é tua sina...

Fez-se feto, e um dia ganhaste o mundo
Com certeza não te cabe estar morto 
Vivendo moribundo...

Saia desta zona de conforto
Que te prendeste ao temer o cada dia...

Acredite que estas de passagem
E não terás outra chance
Se perderes o gosto pela vida...

Seja grata!
Seja firme!

Não encraque
Com as pequenas coisas,
Teu tempo, desta curta vida...

Ao fechar-te nos calabouços
Das engrenagens da vida...

É com se permitisse, viver morto
Embora com vida...

Então, não perca tempo
Com esse discurso...

De que não vês sentido,
E que tudo te parece estranho
Em meio a tanta gente conhecida...

Este é apenas um padrão
No qual escreveste a tua historia...

Comece a reinventá-la
Criando um final,
Agora, com mais gloria...

Pare de historinhas
De que a vida não te compreende
Acorde para o mundo,
E olhe o que há pela frente...

Prender-te as dores do que já passou
E conviver com um final já conhecido...

Assim não te comprometes
A desbravar o desconhecido...

Fica fácil então,
Viver contando a mesma historia,
Com os personagens e os enredos
Que já fazem parte de tua memória...

Mude o trajeto,
E o rumo da própria vida...

Reinvente um passado
Para no futuro ter a melhor historia...

Se permita
A viver um novo amor...

A dar cabo da tristeza,
A sorrir do que chorou
A levantar do que escorregou...

Pois o único terminal
É quando a morte chega
E diz!
Tua vida acabou...

Então nesse dia,
O tempo te levará
Para longe desse cenário...

E por ironia,
Sentirás saudade,
De quando tudo começou...

Permita-te ficar triste
Mas da tristeza não alimente tua vida...

Ao viver-se deprimida
E como se não se permitisse
A desfrutar da própria vida...

Venha pra rua
Onde tudo tem movimento
Em cada um que passar
Sentiras o firmamento...

Cada um com sua historia e,
Nenhuma poderá ser menor que a tua...

Pois somente mensura a dor,
Aquele que a tem,
Como se fosse somente sua...

Permita-te ficar magoada
Mas da magoa não alimente tua vida

Pois as magoas armazenadas
Não cicatrizam as feridas...

Se as finanças te apertam,
Pense com mais medidas...

Não precisas fazer fita
Para te sentir merecedor,

Como se a aparência desse sentido
Fazendo-te vencedor...

Não cobre tanto dos outros
Aquilo que você não da em troca...

Pois ao te preocupar apenas contigo
Não enxergas o que há a tua volta...

Desperte para a vida
Pois ela é muito curta
Num piscar de olhos
Ela finda...

E te deixará fria
Seca, cega,
Inerte e muda...


Albertina Chraim

Nenhum comentário:

Postar um comentário