quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

185.ESCALADA




No topo da montanha
Sentindo o ar puro...

Permito-me  a olhar para trás
Como quem tem o desejo de escalar
Um novo mundo...

Diante de tal visão
Das marcas que deixei ao chão...
Agradeço a todos aqueles
Que me guiaram nessa direção...

Nada seria possível
Se não fossem as ventanias
Que me tiraram do chão
Na busca de melhores dias... 

Precisei das noites calmas
Para acalantar minha alma,
Que implorava por um cadinho de colo
Quando não tinha colchão...

E o escaldante sol
Que queimou minha pele
Aqueceu a existência
Para que  eu  desejasse  o inverno...

E no frio das invernadas
Que congelaram minha carne...
Lembrava das  manhas ensolaradas
Que de camisa aberta ao peito
Corria pela vida
Como se o viver não tivesse defeito...

E das manhas de cada dia
Aonde surgiam aos primeiros raios de luz
Cantava  em voz branda:
Quem madruga, cedo produz...

E quando entardecia,
Debruçada na janela
Vinha a brisa da noite
A encher-me de nostalgia,
Em forma de saudade,
Do tempo que não voltaria
 Jamais...

E hoje trago  a certeza,
Que o que vem adiante
É o que vai ficar pra trás...

E assim nessa escalada
Ao chegar ao topo da montanha,
Vem o desejo de voltar,
E iniciar outra vez,
Essa façanha...

Mas agora bem mais claro
Do que quero,
E do que sou capaz,
Inicio outra jornada
Buscando aprender casa vez mais...


Albertina Chraim

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