quarta-feira, 13 de novembro de 2013

237. LUA NUA


Debruçada na janela,
Via-se a caminhar,
No outro lado da rua
Com passos largos,
E  de corpo,
Nua...

Foi assim que ela se via
Do outro lado da rua
Completamente,
Sua...

Era final de tarde,
Aproximava-se a lua
Debruçada naquela janela
Inebriando-se pela miragem
Imaginando-se,
Nua...

E daquela janela
Totalmente nua
Sentia o corpo aquietar-se
Como se fosse dona,
Da  rua...

Os pássaros a aninhar-se
Nas copas  daquelas arvores
Deixavam a rua deserta...

E sem tempo para  vida,
Por de trás daquele cenário
Balançavam-se as cortinas...

E nas transparências da vidraça
Daquela janela,
Muito embora menina,
Via-se completamente,
Nua...

Albertina Chraim


                

Nenhum comentário:

Postar um comentário