domingo, 3 de novembro de 2013

236. MUITO PRAZER, MEU NOME É AMOR


Roubaram-nos a rua de criança,
Era lá que construíamos 
As lembranças...

As brincadeiras eram livres
Sem malicias ou deslizes...

Corríamos a voltar da escola
Para poder assumir a rua
Onde sentávamos na calçada
A contar as aventuras...

Muito prazer!
Meu nome é amor!

Venho de longas datas,
E ainda quando criança,
Mirando-te no olhar...

Era algo sem sentido
Que me dava sentido à vida...

Não entendia o que acontecia
Pois era ainda menino,
Mas, o reconhecia...

Eu corria a brincar
As tuas brincadeiras
Para poder sentir-te de perto
Mesmo sentindo aquela tremedeira...

E aquele tempo, ainda menino
Embalsamávamos a realidade
De um perder-se em tudo isso
Restando-nos somente a saudade...

Então, quando crescêssemos
Jurava-te teu para toda a vida...
E assim os anos se passaram
E você continuava linda,
Não importando se o tempo
Tenha marcado nossas faces...

A rua continuava a ser aquela menina
Suportando as distancias
Aproximando-nos nas ausências
Como se perpetuasse as horas da inocência...

Mas um dia,
A infância já envelhecida
Rouba-nos a nossa rua de criança...

Num giro de lembranças,
Esbarramo-nos com o tempo
Aproximando aquelas crianças...

Que sentam agora as margens daquela calçada
Conversando sobre o tempo
Recordando as brincadeiras
Dando-se conta,
De que lhes roubaram a rua de criança.

Mas o tempo tinhoso
Repetindo a mesma frase
Suportando a distancia,
O tempo e a saudade...

Superando o descaso,
O medo e a vaidade.
Aproximou-se outra vez
Apresentando-se.

Muito prazer,
Meu nome é amor!

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