quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

181. DEUSA DESNUDA





Chego a terra assim meio sem jeito
Como quem vem de passagem
Sem razão e sem defeito...

Abanco na infância
Sem saber o que é a vida
Vou correndo pelas campinas
Caçando as borboletas...

E um dia na juventude
Acreditando ser ela eterna
Vou brincando de heroína
Com a beleza feminina...

E quando já adulta
No vigor da vaidade
Faço as pazes com o tempo
Driblando a idade...

Me visto de  deusa
Muito embora ainda desnuda
Descrevendo historias sobre a vida...

Registrando em palavras
Sentimentos e memórias
Muitas vezes esquecidas...

E os rios que guardam as águas
Passando por varias pontes,
Contornam meu castelo
Nas linhas do horizonte...

As matas que cobrem as montanhas
Bordam minhas vestes,
Em forma de natureza...
Desta deusa,
Embora desnuda...


Albertina Chraim

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