terça-feira, 13 de março de 2012

114. O PERFUME


Ela me chegou assim meio sorrateira,
Falando de seu passado
E que gostava de perfumes...

Exalava pelos poros a essência de tantas flores
Trazia em sua bagagem
Um almíscar selvagem...

Inebriando meus pensamentos
Refletidos de desejos...

Foi se chegando de mansinho
Amansando minha alma
Contou-me tantas historias
Recheadas de saudades...

Mas um dia foi-se embora
Com retirada a francesa...

Deixou os seus pertences
Espalhados em minha mesa...

Hoje fico a espreita
A olhar pela janela
Desejando que o vento com sua brisa
Venha devolver-me
O perfume que era só dela.

Albertina Chraim

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