sexta-feira, 6 de setembro de 2013

228.RELEMBRANDO A INFÂNCIA


Ia de mansinho caminhando pela vida
Reunindo  lembranças que jurava esquecidas...

E hoje então, em especial nesse dia,
Dei uma parada relembrando a roupa
Alva que clareava na bacia...

E nas brincadeiras de nossa infância
Enrolávamos-nos nos lençóis
Que bailavam com o vento no varal...

E senti ainda a aragem,
E de longe, uma voz feminina
Que dizia que roupas limpas não serviam de cortina...

E do apelido,
De cara de lua cheia
Que na época me doía,
Hoje fazemos graças...

Chamavam-me de lunática
Que vivia em outra esfera,
Por falar e dizer coisas
Quando menos se espera...

E hoje eu entendo,
O que queriam me dizer.
Mana acorda pra vida!
Você precisa crescer...

De Irma preocupante,
Debochada e atrevida,
Que fazia hora com todos,
Muitas vezes sem medidas...

Então meus irmãos
Que a infância nunca termine...

Hoje o pouco que nos reunimos
É o muito que nos une,
Nas lembranças que guardamos
Quando a vida ainda era menina...

Lembrei daquele dia que,
Escorreguei na grama verde,
E torci o tornozelo,
E vocês me socorreram
Com pedras de gelo...

E quando faltava luz
Assustávamos uns aos outros
Fingindo ter coragem
No clarão da lamparina...

E das brincadeiras de criança
Muitas vezes embora menina
Investíamos horas a correr como
Quem não tem tempo de parar para comer...

Agora meus irmãos,
Ajustando nossos ponteiros
Sentamos em volta da mesa
Relembrando as brincadeiras...

E fica a certeza
Que felicidade é ter historia
Para contar dos irmãos,
Retomando a memória...

Albertina Chraim

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