domingo, 25 de agosto de 2013

225. DESDENHO




Adentro-me no mundo,
Estranho!
Identifico-me com tua vaidade
Olho em torno de teus pertences
Como se fosse minha a tua identidade...

Olho e não os tenho
Apenas o desejo me pertence...

Ë como se o que vem do Outro,
Abastecesse-me,
O que dele desdenho...

Se não fosse a admiração,
Velada em forma de inveja
Diria com mais clareza
O quanto de ti me espelho...

Seria tudo bem mais simples
Se, não fosse esse sentimento
Que disfarçado de ciúmes,
Tudo de ti cobiço...

Então não me culpes, 
Estranho!
Por admirar-te tanto...

Melhor seria se o orgulho
Permitisse-me,
Elogiar-te por teus encantos.


Albertina Chraim

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